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Em crise e alvo de processo de corrupção, Via Engenharia pede recuperação judicial

A solicitação foi feita na 1ª Vara de Recuperação e Falências, nessa quinta-feira (08/08/2019)

atualizado

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Maior empreiteira do Distrito Federal, a Via Engenharia pediu, nessa quinta-feira (08/08/2019), recuperação judicial para evitar falência do grupo empresarial. A companhia é responsável por três grandes obras no DF: a reconstrução do viaduto que caiu na Galeria dos Estados; o Trevo de Triagem Norte (TTN); e a das estações do metrô da 106 Sul e da 110 Sul.

Em comunicado no qual explica a decisão, a Via alega “a grave crise econômico-financeira que vive o país” e diz que essa circunstância “impactou profundamente quase todos os setores da economia brasileira, principalmente o da construção pesada e civil e o mercado imobiliário”.

A medida, com base no disposto da Lei nº 11.101/2005, é extensiva a todas as companhias que compõem o grupo: a Via Engenharia S.A., a Via Empreendimentos Imobiliários S.A. e empresas controladas.

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No documento, a Via informa que o pedido de recuperação judicial tornou-se “imprescindível” para que o grupo possa honrar seus compromissos com fornecedores, funcionários, parceiros e credores, “com o menor impacto possível”.

“O pedido de recuperação foi protocolado com os objetivos de preservar a condição operacional da companhia e readequar seu passivo de forma a sustentar um fluxo financeiro que garanta a capacidade de pagamento dos compromissos firmados, mantendo a continuidade de suas atividades e os empregos gerados nas regiões onde atua”, diz trecho do comunicado.

As dificuldades da Via, maior empreiteira do DF, com destaque nacional, coincidem com o envolvimento da companhia em escândalos de corrupção. A empresa foi citada na Lava Jato e tornou-se alvo da Panatenaico, que investiga desvios milionários em obras no Mané Garrincha, arena que custou R$ 1,6 bilhão. Em abril deste ano, a Justiça Federal chegou a proibir a construtora de firmar novos contratos com o poder público. Mas a sentença foi revertida.

Advogado da Via Engenharia, José Murilo Procópio disse que o pedido de recuperação foi feito na 1ª Vara de Recuperação e Falências. “Está em fase de exame e logo teremos o resultado da análise. A Via Engenharia é uma empresa tradicional. Em função das consequências da crise da construção civil, não teve outra alternativa além do pedido de recuperação”, assinalou.

Segundo Procópio, a construtora enfrenta passivo de R$ 300 milhões. Mas não há perspectiva de demissão em massa dos colaboradores contratados. Caso o pedido seja deferido, a empresa terá 60 dias para elaborar um plano de recuperação. E dessa forma, fará o novo cronograma de pagamento da dívida.

O plano de recuperação deverá passar por análise e votação em uma assembleia geral da diretoria da companhia.

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