O Metrópoles entrevistou, nesta quarta-feira (23/10), o candidato a presidente da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) Everardo Gueiros, o Vevé.

Vevé lidera a Chapa 20, nomeada Coragem para Mudar. Rute Raquel Vieira Braga é a candidata a vice-presidente e Aline Corrêa disputa a Secretaria-Geral. Completam o grupo Pedro Júnior, como postulante a tesoureiro, e Andrea Saboia, candidata a presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal.

Os candidatos a conselheiros federais na chapa encabeçada por Vevé são: Newton Lins Teixeira de Carvalho, Diana de Almeida Ramos e Clea Corrêa como titulares; e Gustavo Costa Bueno, Daniel de Andrade Oliveira Barral e Giordana Carneiro como suplentes.

Assista:

Na disputa pelo comando da OAB-DF, Vevé apresenta como proposta a defesa incondicional das prerrogativas, de forma que o presidente assine todas as representações. “Vamos atuar de forma intransigente na defesa das prerrogativas dos advogados. Depois, queremos trabalhar a pauta da democracia.  Ainda não podemos escolher nosso presidente do Conselho Federal da OAB. Não é possível que a Ordem só fale de democracia da porta para fora”, defendeu.

O candidato ainda promete acesso gratuito a todos os advogados no Clube da Advocacia do DF e a criação de um novo Clube da OAB em Taguatinga, para atender as Subseções. “Basta fazer um corte nos absurdos que tem. Se você passar o olho no orçamento da OAB, vai ver que o que tem provisionado de combustível dá para dar duas voltas ao mundo de carro. É só cortar os luxos da diretoria”, explicou. “Precisamos entregar o lazer da advocacia ao próprio advogado”, disse.

Everardo Gueiros, o Vevé, é especialista em direito processual civil e direito eleitoral. Atuou como conselheiro da OAB-PE e presidiu a Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal (CAA-DF) entre 2010 e 2012. Everardo foi desembargador do TRE-DF de 2016 a 2018 e secretário de Projetos Especiais do Distrito Federal.

Marketing jurídico

Vevé defende a criação de bolsas da Escola Superior de Advocacia (ESA) para cursos práticos e de atualização nos principais ramos do direito e a realização de cursos de inteligência emocional, marketing jurídico, gestão de escritório e prerrogativas.

O candidato promete a descentralização efetiva dos serviços e autonomia real das Subseções, a defesa da flexibilização do marketing jurídico e da regulamentação do porte de arma para advogados, assunto que está em discussão no Congresso Nacional.

“Hoje, nossa vida está nas redes sociais e nada mais justo que permitir que o advogado faça propaganda do seu trabalho. Advocacia é uma prestação de serviços. Sou completamente favorável ao marketing jurídico”, completou.

O candidato também incluiu nas propostas o lançamento de um programa de bolsas de até 100%, nos cursos de pós-graduação, custeadas pela OAB-DF, para fomentar a capacitação da advocacia iniciante.

Vevé diz que dará, por meio da Caixa de Assistência dos Advogados, os planos de saúde com o melhor custo do mercado. O postulante a presidente da OAB-DF também promete a atendimento via telemedicina para advogados, criação de Espaço CAA em todas as Subseções, em apoio às gestantes, lactantes e mães, bem como brinquedoteca para as crianças.

Posicionamento político

Recentemente, Vevé visitou gabinetes de políticos de direita, como a senadora do DF Damares Alves (Republicanos). Porém, apesar de se considerar um “conservador convicto”, o candidato disse que não deixará que a Ordem sofra interferência político-partidária.

“Sou um conservador convicto. Sou casado, pai de três filhas, sou evangélico, presbiteriano. Eu acredito na liberdade, no cumprimento das leis. Os meu oponentes têm outras amarras”, declarou.

“Me considero conservador, mas isso não quer dizer que vou deixar a politica partidária entre na OAB. Eu prego, sim, uma OAB livre de interferências políticas. Infelizmente, a atual não é. A atual tem uma maciça interferência dos partidos de esquerda. Quem está lá, só se posiciona em pautas de esquerda”, reforçou Vevé.

Questionado sobre o que faria de diferente em relação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o candidato declarou que teria se mobilizado para atender à população. “Eu jamais teria permitido, por exemplo, que tivessem feito um cerco, à noite, no acampamento para prender, sob um falsa de informação de que iriam remover aquelas pessoas para outros lugares. Removeram para a carceragem.  Até pet foi preso. Teria sido completamente diferente se eu estivesse lá”.

No fim da entrevista, Vevé comentou sobre as mudanças que faria para garantir que a OAB-DF seja mais atuante para com a sociedade. “Nós temos mais de uma centena de comissões. Imagina se nós tivéssemos um departamento na ordem, pequeno, de acompanhamento legislativo. Ajudar no processo legislativo já ajuda demais a sociedade”.

Sobre uma possível candidatura a um cargo político em 2026, o advogado frisou que o próximo ano eleitoral ainda não é um possibilidade. “Eu estou preocupado com a minha classe, com a advocacia e com a sociedade. Mas eu sou um homem novo, não posso dizer que não vou ocupar outros cargos. Mas, 2026 ainda não está no meu radar. Está no meu radar cumprir o meu mandado que será até 2027 e entregar uma ordem muito melhor”.