Divulgação de lucro do BB gera comoção nas redes sociais: “Lucros pros bancos, fome pro povo”
O anúncio de que o Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado recorde no 1º trimestre de 2022 provocou indignação nas redes sociais
atualizado
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A divulgação do lucro recorde alcançado pelo Banco do Brasil no 1º trimestre de 2022, de R$ 6,6 bilhões, gerou indignação na internet. A enxurrada de comentários negativos no Instagram e Twitter destaca a discrepância entre o lucro do banco e a situação da maior parte da população brasileira, que sofre com a alta da inflação, com os preços lá em cima e que até briga por cebola em promoção.
Vídeo. Clientes disputam cebolas a R$ 0,99 o quilo em supermercado
Confira alguns dos comentários:
“Não dá nem para acreditar nisso, o povo morrendo de fome e o banco batendo recorde nos lucros”, escreveu uma usuário do Instagram. “Lucros pros bancos, fome pro povo”, disse outra.
No mês passado, a inflação do país teve alta de 1,06%, maior resultado para o mês de abril desde 1996. O acumulado do ano, até o momento, é de alta de 4,29%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os alimentos básicos, como leite, pão, carne e batata, são os que mais tiveram reajuste no preço.
Ao anunciar o lucro líquido ajustado, de R$ 6,6 bilhões, o Banco do Brasil informou que o resultado foi alcançado a partir do “crescimento do crédito – com performance positiva em todos os segmentos –, do aumento da margem financeira bruta e do bom desempenho das receitas de prestação de serviços”.
A notícia do lucro recorde foi divulgada por vários veículos de comunicação, na noite de quarta-feira (11/5), e imediatamente surgiram reações inflamadas da população descontente com a discrepância social.
“Isso se chama investidores na inflação, que está super alta. A procura por cartão de crédito a cada dia fica maior e maior. Quem ganha são os bancos”, escreveu uma internauta. “Maior inflação em 26 anos! E banco com maior lucro! Povo na miséria”, afirmou outro.
Um dos comentários cita o hit dos anos 1990, Xibom Bombom, que faz crítica à desigualdade social do país: “E o motivo todo mundo já conhece: é que o de cima sobe e o de baixo desce. Bom xibom, xibom, bombom.”
“Os bancos mais ricos, os acionistas da Petrobras mais ricos ainda. E o povo cada vez mais pobre. Que situação o Brasil vive, lastimável”, reclamou um usuário do Instagram.
O outro lado
Em nota enviada à coluna, o Banco do Brasil disse ser “uma instituição que historicamente apoia o desenvolvimento social e econômico em todas as regiões do país, onde está presente em 97% dos municípios brasileiros”. E ressaltou que “os lucros crescentes que são revertidos à União, além de todos os seus acionistas.”
Leia a nota na íntegra:
“O Banco do Brasil é uma instituição que historicamente apoia o desenvolvimento social e econômico em todas as regiões do país, onde está presente em 97% dos municípios brasileiros.
O BB gera mais de 84 mil empregos diretos e outros milhares de forma indireta. Atende com qualidade os seus clientes em todo o país.
Também concede crédito e disponibiliza produtos e serviços para milhões de brasileiros (sendo 24,2 milhões de clientes ativos digitais) empresas e produtores rurais.
Por sua ampla atuação em todos os segmentos da economia, o BB contribui diretamente para o crescimento do Brasil e para a melhora da qualidade de vida dos Brasileiros.
Em apoio ao setor que mais gera empregos no país, o Banco do Brasil concedeu R$ 92, 4 bilhões como crédito às micro, pequenas e médias empresas.
O BB é o maior parceiro do agronegócio brasileiro, com uma carteira de R$ 254, 6 bilhões e participação de 56% do mercado.
Além disso, as ações em sustentabilidade do BB beneficiam toda a sociedade brasileira, com uma carteira de negócios sustentáveis de R$ 289,4 bilhões.
Somos o primeiro banco a oferecer um amplo atendimento em libras, tanto em canais presenciais quanto remotos.
Destacamos ainda que o Banco de Brasil é um banco de mercado, opera em um segmento altamente competitivo e em condições de igualdade com instituições privadas. O Banco entrega lucros crescentes que são revertidos à União, além de todos os seus acionistas”.