Distritais preparam medida para estender plano de saúde da CLDF
Mudança favorecerá os próprios parlamentares, que poderão utilizar o benefício por cinco anos após o fim do mandato
atualizado
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No último dia de votações da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputados se mobilizam para estender um benefício a eles próprios. A Mesa Diretora da Casa se programa para apresentar e submeter ao plenário uma medida que estenderá a permissão de utilização do cobiçado plano de saúde do Legislativo local, o Fascal, considerado um dos melhores do país.
Hoje, os ex-distritais podem continuar utilizando o benefício por até dois anos após o fim do mandato. A regra também se aplica para ex-servidores. Mas a ideia dos parlamentares é ampliar esse prazo para cinco anos.
“Recebemos algumas sugestões e vamos discuti-las. Mas com cuidado, para evitar impactos nas contas e privilégios”, disse o presidente da CLDF, Joe Valle (PDT).
De saída do Legislativo, Valle destacou que também serão discutidos os valores da adesão ao plano. “Vamos debater se os ex-parlamentares pagarão o mesmo que os distritais em exercício”, frisou.
O projeto, se aprovado, vai beneficiar imediatamente 16 parlamentares que não se reelegeram e deixarão os mandatos a partir de 31 de dezembro.
Gasto milionário
O balanço mais atualizado das despesas referentes ao plano de saúde da CLDF é de 2015. Nesse documento, foram registrados gastos de R$ 25 milhões para o pagamento do benefício. Embora o projeto esteja pronto para ser votado, os parlamentares não souberam informar qual seria o impacto da nova medida.
Um dos articuladores da alteração foi o distrital Wasny de Roure (PT). O petista chegou a esboçar uma redação do projeto de ampliação do benefício, mas acabou avaliando que a apresentação do tema diretamente pela Mesa Diretora seria menos desgastante.
Ao Metrópoles, Wasny reconheceu que seria beneficiado: “É de meu interesse e de outros. Estive na CLDF por vários mandatos. Quando assinei o contrato com o Fascal, a lei previa que o benefício continuaria por cinco anos. Com a medida, só iríamos retomar esse direito”.