Desembargador diz que 7/9 pode ser “armadilha” para patriotas: “Serão chamados de mané e gado”
Sebastião Coelho anunciou aposentadoria do TJDFT e renunciou à Vice-Presidência do TRE-DF após criticar o ministro Alexandre de Moraes
atualizado
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O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Sebastião Coelho gravou um vídeo no qual alerta “patriotas” de que o 7 de Setembro poderá se transformar em “nova armadilha, como foi o 8 de janeiro”.
“Se qualquer episódio anormal acontecer no 7 de Setembro, vocês vão ser responsabilizados. E mais, quem for de verde e amarelo no 7 de Setembro poderá ser chamado de mané… ‘Olha lá esses manés, o gado, esses bobões’. Então, nós não podemos dar esse gosto”, declarou Sebastião, em vídeo divulgado no WhatsApp.
Coelho enfatizou que a data existe para comemoração da Independência do Brasil, mas os “patriotas não têm o que comemorar”. O desembargador aposentado disse que “a liberdade, agora, não é mais limitada”.
Assista ao vídeo:
“Nossa Justiça, por suas decisões e manifestações dos senhores ministros, nós não podemos mais confiar como confiávamos antigamente. Nossa liberdade [está] cerceada não só pelo Poder Judiciário, como pelo Poder Executivo”, declarou.
Coelho orientou os “patriotas” a ficarem em casa no 7 de Setembro ou ir às ruas de preto. “Eu, por exemplo, se for à rua dia 7 de Setembro, eu vou de preto. Eu estou aqui de preto porque estou de luto. Eu estou de luto pelo meu país, pela minha Justiça, que servi por tantos anos, e de luto pelas liberdades que estão sendo cerceadas.”
Histórico
Sebastião Coelho anunciou aposentadoria do cargo de desembargador do TJDFT e renunciou à função de vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) em setembro de 2022, após criticar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Dois meses após a aposentadoria, o desembargador voltou a falar do ministro e declarou, no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, que a “solução será prender Alexandre de Moraes“.
“E eu dou a base legal para isso: temos de fazer tudo de acordo com a Constituição e com as leis. O senhor ministro Alexandre de Moraes, há muito, não respeita a Constituição”, afirmou, à época.