Deputada se arrepende, pede desculpas por ter votado no PPCub e defende vetos
Recém-eleita segunda-vice-presidente da Câmara Legislativa do DF, Paula Belmonte disse que aprovação do PPCub foi um “erro coletivo”
atualizado
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A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) se arrependeu e pediu desculpas por ter votado a favor do Plano de “Preservação” do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub).
Em discurso feito logo após ser eleita segunda-vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quarta-feira (7/8), a parlamentar admitiu publicamente o que chamou de “erro”, em relação ao voto favorável ao projeto.
Paula Belmonte elencou seis pontos do PPCub que considera mais graves à preservação de Brasília, cidade que é Patrimônio da Humanidade. Segundo a parlamentar, a permissão para abertura de motéis e hotéis nas asas Norte e Sul, a criação de camping, quiosque, tendas nos gramados ao fim da Asa Sul e a construção de 9 mil moradias às margens do Lago Paranoá não podem ser admitidas, por isso, defendeu o veto a esses itens do PPCub.
A deputada também quer impedir o aumento da altura de 16 prédios do Setor Hoteleiro Norte e do Setor Hoteleiro Sul e se posicionou contra a transformação de áreas verdes em espaços comerciais, por meio da transferência de terrenos livres à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap).
“O que vem fazer aqui agora, senhor presidente, além de admitir o meu erro em votar em uma matéria que ainda não se encontrava suficientemente amadurecida, é firmar um compromisso com toda a sociedade, que poderá contar com o meu apoio para que sejam mantidos os vetos que, por ventura, sejam propostos pelo GDF”, disse a parlamentar na CLDF.
O projeto de lei complementar foi aprovado na CLDF no dia 19 de junho, com 18 votos a favor e seis contrários. Agora, o PPCub se encontra em análise no Governo do Distrito Federal (GDF) para sanção ou veto. A previsão é de que a lei seja publicada na segunda-feira (19/8).
“Mais uma vez admito, com toda humildade, que a aprovação do PPCub, inclusive com o meu voto, foi um erro coletivo dessa Casa. Se algum desses itens acima não estiver na lista dos vetos do governador, peço a ele e a sua assessoria técnica que leve em conta essa possibilidade pelo bem de Brasília e das nossas próximas gerações”, enfatizou Paula Belmonte.
À coluna Grande Angular, Paula Belmonte afirmou que a proposta tramitou de forma “açodada” na CLDF. “Pedi até o último momento para que a gente pudesse estudar mais as emendas colocadas. Eu havia acabado de receber, naquele dia, o diagnóstico de pneumonia. Agora, peço humildemente desculpa a toda a sociedade”, declarou.
A deputada também disse que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi “omisso” em relação ao PPCub. “Não se pode negar que as questões trazidas no texto do projeto eram extremamente técnicas e dependiam de um apoio mais efetivo por parte do Iphan. Enfim, no mínimo, entendo que a conduta pouco objetiva por parte do Iphan levou a aprovação do PPCUB na forma que foi aprovado”, disparou.
O Metrópoles mostrou, em uma série de reportagens, como o PPCub trai o próprio nome e, em vez de preservar Brasília, abre espaço para intervenções drásticas no Plano Piloto que desfiguram a capital federal do Brasil tal qual foi concebida e com as características que renderam o título de Patrimônio da Humanidade, concedido em 1987.