O juiz Ernane Fidelis Filho, da 11ª Vara Cível de Brasília, disse que o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) com um cabo e um soldado, como sugeriu Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em 2018, são “delírios”.

A crítica consta em decisão publicada no dia 10 de agosto, que trata de uma briga envolvendo a administração do condomínio do Hotel Saint-Moritz, localizado no Setor Hoteleiro Norte.

No processo, conselheiros fiscais acionaram a Justiça após destituírem o síndico e nomearem um substituto. O juiz retomou a polêmica fala de Eduardo Bolsonaro ao criticar suposta falta de atitude do síndico interino para resolver os problemas no condomínio.

“Claro que, como os simpáticos mensageiros do hotel não podem fazer as vezes de um cabo e um soldado – que, segundo certos delírios, são suficientes para fechar o Supremo Tribunal –, e, assim, pudessem pôr para fora do condomínio o síndico e seus asseclas, deveria o síndico interino ter vindo ao Judiciário para demonstrar que a decisão do Conselho fora, veja só, desobedecida!!!”, escreveu o juiz.

O magistrado ainda falou de “República-Bananeira”: “Portanto, com o devido respeito e acatamento, mas os conselheiros deram ao Saint-Moritz um dia de República-Bananeira: com uma interpretação aberrante da regulamentação da questão emularam um golpe de Estado – semelhantes a tantos que já passamos e ainda estão aí ameaçados de sobrevir se isso ou aquilo não for do jeito que um ou outros querem – com o perdão da comparação e todas as vênias de estilo”.

Os pedidos dos conselheiros contra o antigo síndico foram negados. O juiz condenou os autores do processo a pagarem R$ 15 mil por honorários advocatícios.