Defesa pede a Moraes que Ibaneis Rocha reassuma governo do DF
Documento foi enviado ao STF na noite dessa quinta, após perícia da PF indicar que Ibaneis não foi conivente com invasão de 8 de janeiro
atualizado
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O advogado de defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), entrou, na noite desta quinta-feira (9/2), com pedido para que o emedebista seja reconduzido ao cargo de chefe do Executivo do DF. Ele foi retirado temporariamente do cargo em 8 de janeiro, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após a invasão e depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF.
No documento, a defesa solicita a Moraes o “imediato retorno” de Ibaneis ao cargo de governador. Atualmente quem ocupa a cadeira é Celina Leão (Progressistas), vice-governadora do DF.
O pedido da defesa aconteceu pouco tempo depois de Moraes decidir pela devolução dos dois celulares de Rocha, apreendidos durante operação da Polícia Federal em endereços ligados ao govenador afastado.
Um dos argumentos da defesa de Ibaneis no pedido de sua recondução ao cargo foi a decisão de Moraes por soltar o ex-comandante da Polícia Militar do DF (PMDF), Fábio Augusto Vieira.
“Se para quem está diretamente na chefia da tropa esta lhe falta, com maior razão de ser não se pode dizer que o governador, que está mais distante da tropa, se omitiu no comando desta.”
O documento cita, ainda, o relatório da PF sobre Ibaneis não ter sido omisso diante dos atos golpistas de 8 de janeiro. O pedido a Moraes cita que o governador “atuou concretamente, antes do dia dos fatos, para desmobilizar os acampamentos que se encontravam na frente dos quartéis”.
Outro argumento usado pela defesa é de que o governador afastado “pautou a sua conduta nos informes recebidos dos subordinados com atribuição específica sobre a segurança pública” e que tomou atitude enérgica “tão logo tomou conhecimento que atos criminosos estavam ocorrendo na Praça dos Três Poderes, adotou medidas enérgicas para conter o vandalismo e prender os responsáveis”.
Afastamento
O ministro Alexandre de Moraes afastou Ibaneis do cargo de governador no dia 8 de janeiro. À época, Moraes afirmou que “absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”.
Três dias depois, o STF manteve o afastamento de Ibaneis, por maioria dos votos.
Manifestantes golpistas invadem e destroem Palácio do Planalto
Ibaneis prestou depoimento à Polícia Federal, espontaneamente, no dia 13 de janeiro. O emedebista declarou que ficou “absolutamente surpreendido” com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da Polícia Militar do DF (PMDF).
O governador afastado disse aos policiais que ficou “revoltado” quando viu cenas de alguns PMs confraternizando com manifestantes.
Ibaneis afirmou que “houve algum tipo de sabotagem”, mas que a investigação em andamento deverá esclarecer. Segundo Ibaneis, a exoneração de Anderson Torres se deu porque ele estava ausente do país no momento do “trágico acontecimento” e, portanto, perdeu a confiança no então secretário.
A PF fez busca e apreensão em endereços ligados ao governador afastado, incluindo a mansão onde ele mora, no Lago Sul, em 20 de janeiro. Ibaneis não estava em casa durante a operação. Três dias depois, a defesa do emedebista entregou dois celulares de Ibaneis aos investigadores.