Damares faz campanha com alvo de operação sobre testes superfaturados
A ex-ministra Damares fez agenda política ao lado de Renata D’Aguiar, investigada em operação que apura superfaturamento em compras
atualizado
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A ex-ministra Damares Alves (Republicanos) saiu às ruas do Distrito Federal no fim de semana para fazer campanha ao lado da ex-diretora do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) Renata Mesquita D’Aguiar, exonerada do cargo após ser alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Falso Negativo, que investiga a compra de testes de Covid-19 superfaturados pela Secretaria de Saúde do DF.
Veja imagens da agenda de Damares e Renata D’Aguiar:
Damares, Renata e o deputado federal Julio Cesar Ribeiro (Republicanos) conversaram com comerciantes e moradores da região administrativa do Paranoá. Damares é pré-candidata a senadora, Renata pretende concorrer a deputada distrital e Ribeiro deve disputar a reeleição.
Em março de 2021, durante a 4ª fase da operação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), os investigadores encontraram R$ 280 mil em dinheiro no carro de Renata e do marido, Fábio Gonçalves Campos. Eles são investigados por envolvimento na dispensa de licitação supostamente superfaturada para aquisição de 48 mil testes. No total, a pasta gastou R$ 8,6 milhões. O prejuízo estimado pelo MPDFT é de R$ 5 milhões.
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O processo decorrente da Operação Falso Negativo foi retirado do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) e enviado à Justiça Federal, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O MPDFT entregou a ação para o Ministério Público Federal (MPF) e Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em maio de 2021.
Porém, um ano após a mudança de tribunal, ainda não foi decidido se os investigados vão virar réus e responder judicialmente pelas supostas irregularidades. O caso não foi anulado e segue em tramitação.
Em nota enviada à coluna, Damares Alves disse que “não tinha conhecimento das investigações do Ministério Público”. “Renata D’Aguiar é pré-candidata a deputada distrital pelo Partido Progressistas, e não há condenação na Justiça que a impeça de participar de quaisquer ato político”, afirmou.
“Informa também que em sua caminhada não faz pré-julgamentos de pessoas que têm a sua inocência garantida pela Constituição Federal, já que a legislação estabelece a presunção de inocência para quem não foi considerado culpado em sentença final, contra a qual não caiba mais recurso”, concluiu a nota de Damares.
À coluna, Renata disse que tem “orgulho de dizer que sou ficha limpa e do trabalho que tenho feito nesta pré-campanha”. “Não fui sequer denunciada e a investigação foi considerada incompetente pelo Superior Tribunal de Justiça”, afirmou.