CPI: 1h40 antes da invasão, coronel disse que efetivo era suficiente
O coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra apresentou à CPI dos Atos Antidemocráticos print de conversa com coronel Marcelo Casimiro
atualizado
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O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, que era o chefe do 1º Comando de Policiamento Regional em 8 de janeiro, disse que o efetivo da corporação era suficiente, às 12h59, aproximadamente uma hora e quarenta minutos antes do início da invasão ao Congresso Nacional.
O coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, que atuava como comandante interino do Departamento de Operações (DOP), apresentou à CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), um dossiê que contém, entre outras informações, o print da conversa com Casimiro no WhatsApp.
À CPI do 8/1 coronel da PMDF diz que colega mentiu: “Troféu Pinóquio”
No diálogo, Paulo José questiona, às 12h53: “Efetivo ainda suficiente, correto?”. Seis minutos depois, Casimiro responde: “Para o início, é suficiente”.
Às 13h08, Casimiro pede para “acionar alguém para ficar e deixar aquartelado um 1ª Cia às 16h, porque aí podemos usar à noite, se estender, ou se precisar de mais efetivo”. “Esse horário de 16h às 17h que vamos saber o que vai crescer”, complementou. Os vândalos romperam a barreira de gradil no Congresso Nacional às 14h43.
Veja:
Durante o depoimento à CPI, nesta quinta-feira (21/9), Paulo José disse que poderia ter mobilizado mais PMs para atuar na Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro e evitar a depredação, caso Casimiro tivesse solicitado. “O planejamento é dele. Ele faz a avaliação”, afirmou.
Paulo José disse que o colega mentiu à CPI quando disse que foi ele quem mandou abrir a Esplanada dos Ministérios para os vândalos.
“Coronel Casimiro merece o troféu Pinóquio, cara de pau do ano, desculpa eu falar”, afirmou.
“Nunca dei essa ordem para o coronel Casimiro. Nem do grupo de decisões que envolvia os representantes dos órgãos para decidir ações no dia da manifestação eu fazia parte. Só quem tem competência para determinar abertura [da Esplanada] é decreto do presidente da República, do governador ou GLO. Ele sabe disso e ele mentiu aqui na Comissão Parlamentar de Inquérito e me coloco à disposição para que, se necessário for, falarei na frente dele”, enfatizou.
Tanto Paulo José quanto Casimiro foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos atos golpistas de 8 de janeiro e estão presos por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.