Corrida pela vida de Ayla: bebê é levada pela FAB para transplante
A menina de 5 meses e 21 dias conseguiu o transporte aéreo do DF para São Paulo. Ela precisa de um transplante de fígado
atualizado
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Desde a noite da véspera de Natal, Ayla Gomes de Sousa, com apenas 5 meses e 21 dias, tem vivido o início de um milagre. Internada há dois meses na UTI do Hospital da Criança de Brasília (HCB), à espera de um transplante de fígado urgente, ela conseguiu, no dia 24 de dezembro, transporte para realizar o procedimento.
A secretária de Saúde do DF, Lucilene Queiroz, recebeu uma ligação do HCB, por volta de 18h, com a informação de que Ayla precisava, urgentemente, de um transplante. No entanto, a cirurgia só poderia ocorrer em São Paulo.
Um primeiro doador, tio da menina, era compatível, e é em SP que há expertise para a cirurgia. “No DF, fazemos muitos transplantes de fígado, mas em adulto a partir de 30 kg. Ela pesa 7,9 kg. A única chance de sobreviver era o transplante”, explicou a secretária de Saúde do DF.
Imediatamente, Lucilene entrou em contato com o secretário-chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha. Salvar a vida de Ayla, na noite de Natal, requeria aeronave com transporte médico e urgente para seguir até São Paulo.
Gustavo Rocha buscou ajuda do governo federal, por meio do advogado-geral da União, Bruno Bianco. A princípio, foi cogitado levar a neném em um avião da empresa Azul, mas ela não poderia ser transportada por aeronave comercial.
Acionada, a Força Aérea Brasileira (FAB) providenciou um avião para levar a criança até SP. A aeronave desembarcou na capital paulista por volta da 1h deste domingo (25/12). Quando a criança chegou a São Paulo, ficou decidido que a mãe dela doaria parte do fígado.
“Poder ajudar fez meu Natal mais feliz. Graças à Lucilene, ao Bruno Bianco, ao Anderson Torres, à Azul e, principalmente, à FAB”, disse Gustavo Rocha.
Internação
Ayla entrou no HCB, aos 3 meses e 8 dias, pelo serviço de gastroenterolgoia e hepatologia por apresentar problemas no fígado.
Há dois meses, ela já apresentava sinais de hepatopatia crônica e hipertensão portal. Ela teve piora da função hepática, com distúrbio grave de coagulação.
Em 23 de dezembro, foi solicitada a transferência para UTI em centro de referência em transplante hepático pediátrico e iniciada a transfusão de plasma. No dia 24, ela conseguiu o transporte para São Paulo.
Até as 13h deste domingo (25/12), ela se preparava para receber parte do fígado da mãe.