Coronel alvo da PF trabalha em gabinete de deputado distrital do PL
Ex-assessor de Braga Netto, Flávio Peregrino foi nomeado no gabinete do deputado distrital Thiago Manzoni (PL), em agosto de 2024
atualizado
Compartilhar notícia
O coronel do Exército Flávio Peregrino (foto em destaque), alvo de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal neste sábado (14/12), trabalha há quatro meses no gabinete do deputado distrital Thiago Manzoni (PL).
Peregrino foi nomeado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) no dia 8 de agosto de 2024. Ele ocupa o cargo CL-03, que tem remuneração de R$ 6.039,65.
O deputado disse que “tomou ciência, pela imprensa, da busca e apreensão realizada na residência do assessor Flávio Botelho Peregrino, em procedimento relacionado a fatos anteriores à sua atuação em nosso gabinete” e que, até o momento, não conseguiu contato com ele após a veiculação das matérias jornalísticas sobre a operação.
“Flávio ingressou no gabinete no segundo semestre deste ano. Desde então, auxilia na assessoria de comunicação e desempenha suas funções com excelência e respeitando os valores éticos mais elevados. Sempre respeitando o princípio da presunção de inocência, que é um dos pilares do Estado de Direito, aguardamos o desenrolar das diligências realizadas hoje”, afirmou Manzoni.
Considerado “faz tudo” do general da reserva Walter Souza Braga Netto, preso neste sábado, Peregrino é investigado por envolvimento em questões estratégicas relacionadas à tentativa de golpe que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em janeiro de 2023.
De acordo com as investigações da PF, a função do coronel era atuar como intermediário entre Braga Netto e outros integrantes da rede de apoio ao golpe, além de realizar atividades logísticas e organizacionais.
Em fevereiro de 2024, um esboço de plano golpista foi localizado na mesa de Peregrino, dentro da sede nacional do Partido Liberal (PL), e estava guardado em uma pasta intitulada “memórias importantes”.
Esse documento, batizado de “Operação 142”, detalhava um plano para instaurar um estado de exceção no Brasil, distorcendo o artigo 142 da Constituição para justificar uma intervenção militar. O objetivo claro do plano era impedir que Lula assumisse a Presidência e garantir que Jair Bolsonaro permanecesse no poder, mesmo após a derrota nas urnas, em outubro de 2022.