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Contrato emergencial para tratar chorume está prestes a expirar

Empresa Hydros Soluções Ambientais é responsável por todo o resíduo líquido gerado no Aterro Sanitário de Brasília

atualizado

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Michael Melo / Metrópoles
Aterro Sanitário
1 de 1 Aterro Sanitário - Foto: Michael Melo / Metrópoles

Prestes a expirar, um contrato emergencial garante de forma precária o tratamento de todo o chorume produzido no Aterro Sanitário de Brasília (ASB). O resíduo, armazenado de forma improvisada em lagoas de contenção, ameaça o Rio Melchior. O curso d’água abastece a Bacia do Descoberto.

Em agosto de 2019, a Hydros Soluções Ambientais foi contratada com dispensa de licitação. O gasto de R$ 2,7 milhões com a empresa sem sede no Distrito Federal garantiu o tratamento do chorume por seis meses.

O prazo do certame, no entanto, está se esgotando. O contrato chega ao fim no dia 7 de fevereiro. A produção de chorume, por outro lado, é constante, assim como a necessidade de tratamento do resíduo. Diariamente, são despejadas três toneladas de lixo no aterro, o que gera, aproximadamente, 400 m³ do líquido.

No último dia 10 de janeiro, o repórter fotográfico Michael Melo, do Metrópoles, flagrou uma grande mancha de espuma no curso do Rio Melchior.

O material era, segundo a Caesb, “causado em função do residual de detergentes presentes nos esgotos tratados”. A companhia frisou que “essa espuma não é tóxica e é dispersada logo abaixo dos pontos de lançamento das estações”.

O risco de contaminação, contudo, existe. Em janeiro de 2019, relatório do próprio Serviço de Limpeza Urbana (SLU) apontou o vazamento de chorume, que alcançou o curso d’água.

O diretor adjunto do SLU, Gustavo Souto Maior, reconhece a necessidade de uma solução permanente para o problema. “Quando o aterro foi planejado e construído, o chorume seria tratado na estação da Caesb”, disse.

“No entanto, em maio de 2019, a companhia informou que não iria mais receber o resíduo. Foi uma bomba que nos fez procurar soluções. Nós construímos lagoas de contenção e buscamos empresas com conhecimento técnico e experiência”, acrescentou o diretor adjunto do SLU.

A empresa com sede no Piauí teria apresentado a melhor solução. “Eles encontraram problemas no início, como a falta de energia elétrica, mas agora o tratamento está sendo executado”, afirmou Souto Maior.

A expectativa do SLU, de acordo com o diretor adjunto, é apresentar, nos próximos dois meses, o edital de um contrato regular com duração de cinco anos. “Não temos como parar”, afirmou.

Souto Maior ressalta, porém, que a situação está menos crítica. “Na última semana, a Adasa [Agência Reguladora de águas, Energia e Saneamento] triplicou o volume do resíduo tratado que pode ser despejado no Rio Melchior. Assim, estamos baixando o passivo”, disse.

Procurada, a Caesb não havia se manifestado sobre o assunto até a última atualização deste texto.

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