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Como o Brasil conquistou árabes pela barriga e quer fechar negócios de US$ 4,5 bi

Enquanto a folia do Carnaval embala o país, empresas brasileiras esperam obter US$ 4,5 bi em negócios durante a Gulfood, em Dubai

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Vinicius Schmidt/Metrópoles
Fotografia colorida de mulher cortando frango
1 de 1 Fotografia colorida de mulher cortando frango - Foto: Vinicius Schmidt/Metrópoles

Enviada especial a Dubai – O Brasil conquistou os árabes pela barriga e, há mais de 40 anos, é o maior exportador do mundo para esse público.

Os produtores vendidos ao mercado árabe precisam de uma certificação chamada halal. Os muçulmanos vivem de acordo com uma série de costumes ligados à lei islâmica; por isso, todos os itens consumidos no país também devem ser produzidos conforme a religião. E o Brasil é o maior exportador de comida halal do mundo.

No ano passado, o Brasil vendeu 445 mil toneladas de frango para os Emirados Árabes, o que representou US$ 953 milhões (aproximadamente R$ 4,92 bilhões) para o setor.

De olho no potencial de crescimento dentro do mercado árabe, 105 empresas brasileiras participam da Gulfood, maior feira de negócios de alimentos e bebidas do Oriente Médio.

Enquanto a folia do Carnaval embala o Brasil, Dubai sedia o evento internacional entre segunda-feira (20/2) e sexta-feira (24/2). A expectativa é que os negócios fechados durante a Gulfood representem US$ 4,5 bilhões para o Brasil.

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Inauguração do stand da ApexBrasil na Gulfood, em 20 de fevereiro de 2023
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Um total de 105 empresas expõe seus produtos na Gulfood, maior feira de negócios de alimentos e bebidas do Oriente Médio. A ApexBrasil apoia as empresas

Divulgação/ApexBrasil
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Inauguração do stand da ApexBrasil na Gulfood, em 20 de fevereiro de 2023

Divulgação/ApexBrasil

A gerente do Agronegócio da Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Paula Soares, disse ao Metrópoles que o açaí também tem chamado a atenção dos árabes.

“A gente já vê instalação de empresas brasileiras em Dubai, fruto da Gulfood de anos anteriores, em que elas expuseram e fecharam negócios. A Gulfood é uma porta de vendas não só para os Emirados Árabes, mas também para países do norte da África, Ásia e Europa”, afirmou.

Paula acrescentou que a certificação halal é um ponto essencial de investimento para as empresas que querem ingressar no mercado árabe. “Este é um mercado com preceitos religiosos, então, quem quer se adaptar tem de investir para obter esse tipo de certificação – não só para o Oriente Médio, mas também para os muçulmanos que vivem em outros países, como nos Estados Unidos”, contou.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santini, as vendas brasileiras para o mundo se iniciaram por meio do mercado árabe, há mais de 40 anos. “A longa relação é recíproca. Para o Brasil, os árabes significam um cliente fiel. Para os árabes, o Brasil fornece segurança dos alimentos em termos sanitários e de ritos religiosos”, destacou.

Ovo

Além da carne de frango, o Brasil vende aos árabes carne de pato, carne bovina e até mesmo carne de porco – insumo que, apesar de ser proibido para muçulmanos, é usado na rede hoteleira, por exemplo. Outro produto exportado é o ovo: em janeiro de 2023, foram vendidas 609 toneladas de ovo para os Emirados Árabes, o que representa uma receita de US$ 818 mil para o setor.

Os ovos brasileiros são exportados tanto in natura quanto líquido, cozido e em pó. O ovo in natura é vendido a outros países após um processo de encapamento com óleo especial que fecha os poros da casca e prolonga a validade do produto de 30 dias para três meses.

Em Dubai, metrópole cosmopolita dos Emirados Árabes que sedia a Gulfood, um dos produtos utilizados nas cozinhas é o ovo líquido. Ele é vendido em uma caixinha parecida com a de leite e tem validade de dois anos.

O ovo líquido é usado para fazer omelete, por exemplo. O estande da ABPA, em parceria com a ApexBrasil, serviu o prato feito com o produto de origem brasileira para os empresários e visitantes.

Veja o vídeo da preparação da omelete em Dubai:

Novo governo

O início de 2023 trouxe uma boa notícia para o agronegócio. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o país registrou recorde de vendas do agronegócio no primeiro mês do ano, de US$ 10 bilhões.

Em entrevista ao Metrópoles, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa, disse que o resultado, o melhor da série histórica, é uma reação do mercado internacional à volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do Brasil.

“O Brasil vive um novo momento internacional, em reconhecimento ao novo governo, que vai prezar pela sustentabilidade. O recorde é resultado do nosso preparo para exportação, mas também vemos que os países percebem que não temos dificuldade de conversar sobre vendas de maneira sustentável”, ressaltou.

O Metrópoles foi para Dubai, a convite da ApexBrasil, para conhecer a representação brasileira na Gulfood. Um total de 105 empresas expõe produtos brasileiros para venda internacional durante o evento.

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