Com edição virtual, Festival de Cinema de Brasília devolve mais de R$ 1 mi ao GDF
Dos R$ 2 milhões destinados pelo Palácio do Buriti ao evento, apenas pouco mais de R$ 700 mil foram suficientes para a 53ª edição
atualizado
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A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal informou, nesta quarta-feira (30/12), ter devolvido aos cofres públicos mais da metade do valor de R$ 2 milhões, destinados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para a realização do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Neste ano, o evento foi exibido nas plataformas digitais, devido à pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o secretário Bartolomeu Rodrigues, a produção total do evento foi custeada com pouco mais de R$ 700 mil e o restante foi restituído ao orçamento do Distrito Federal. “Não gastamos nem R$ 1 milhão e devolvemos mais da metade da verba. Telefonei ao governador para comunicar. Com recursos mais enxutos, o festival foi o maior palanque que a cultura nacional teve este ano”, afirmou à coluna Grande Angular.
O titular da pasta refere-se aos cerca de 620 mil telespectadores que sintonizaram com o Canal Brasil durante as exibições de filmes do festival. Para se ter ideia, a audiência de todo a edição deste ano foi 40% maior do que a média do canal, em horário nobre, no período até o dia 20 de dezembro, de acordo com a aferição do Ibope.
O longa Longe do Paraíso, exibido no dia 16 de dezembro, conquistou a maior audiência, registrando 163% a mais de telespectadores em relação à média de audiência do canal no mesmo período.
“Esta edição atípica traz a vantagem de permitir uma grande capilaridade, ao ver, via online, uma excelente oportunidade para levar os filmes a um público bem maior”, reforçou.
Lei Aldir Blanc
O balanço do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro ocorre um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter editado medida provisória para prorrogar o prazo da utilização do auxílio emergencial da Lei Aldir Blanc para 2021. A MP autoriza o pagamento do benefício com os recursos já aprovados em 2020 e destinados ao cumprimento da lei, mas que ainda não tenham sido utilizados.
O texto foi promulgado pelo Congresso em agosto e prevê o repasse de R$ 3 bilhões de recursos federais para ações emergenciais do setor cultural em estados e municípios. A prorrogação ocorreu após pressão dos representantes da cultura de todo o país, visto que quase nenhum ente federativo estava conseguindo cumprir exigências e prazos.
No Distrito Federal, segundo Bartolomeu Rodrigues, o cenário é diferente. “Graças à dedicação de todos os funcionários da secretaria, seremos o único ente federativo a atingir o mais alto grau de atendimento da Aldir Blanc, independentemente da prorrogação”, afirmou titular da Cultura do DF.
De acordo com a pasta, 86% dos recursos empenhados contemplaram 2.619 trabalhadores e trabalhadoras da cultura. O valor corresponde a um total de R$ 31,7 milhões dos R$ 36,9 milhões repassados pelo governo federal. Diante dos resultados alcançados, o secretário decidiu homenagear 94 servidores pela dedicação exclusiva à análise dos pedidos para liberação de recursos.
“Preciso ressaltar o valor dessa equipe de servidores, que, na reta final, trabalhou em regime de 24 horas, um rendendo o outro. Temos o relato de colaboradores que fizeram a ceia de Natal sentados na frente do computador. Isso aquece o nosso coração e reforça o compromisso e a dedicação com o setor cultural”, frisou.