CLDF votará projeto para ampliar o Iges durante epidemia de dengue
O GDF comunicou aos deputados que enviará projeto de lei para vincular o Hospital do Sol ao Iges-DF, enquanto durar a emergência em saúde
atualizado
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O Governo do Distrito Federal (GDF) quer ampliar, de forma temporária, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).
Ainda nesta terça-feira (6/2), o Palácio do Buriti deve enviar à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) um projeto de lei que vinculará o Hospital do Sol ao Iges-DF enquanto durar a situação de emergência em saúde declarada em razão da epidemia de dengue.
O Hospital do Sol fica em Ceilândia, onde foram registrados 9.925 casos prováveis da doença este ano, até o momento. É o maior número de casos entre todas as regiões administrativas.
A ideia é abrir 60 leitos no Hospital do Sol para reforçar o atendimento à população durante a crise na saúde. A justificativa do GDF é de que o Iges-DF faria de forma mais rápida a contratações de médicos e enfermeiros, além da compras de insumos necessários para os novos leitos.
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Atualmente, o Iges-DF é uma instituição de serviço social autônomo responsável por gerir, com recursos públicos, o Hospital de Base, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e as unidades de pronto atendimento (Upas).
O chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, reuniu-se com deputados da base do governo e da oposição para explicar a proposta, nessa segunda-feira (5/2). O líder do GDF na Câmara, deputado distrital Robério Negreiros (PSD), disse que o projeto de lei deverá ser enviado à CLDF ainda nesta terça-feira (6/2).
“Houve apoio da da oposição em relação ao problema. Muitos falaram que são contra o modelo do Iges, mas, em função da gravidade da dengue, o mais importante é o atendimento à população. Aceitaram por ser temporário. Depois volta-se ao normal para não caracterizar ampliação definitiva”, afirmou Robério.
O deputado distrital Fábio Felix (PSol), da oposição, disse que a crise da dengue era “totalmente previsível” e o GDF “não fez a prevenção e a organização da rede com antecedência”. “É preocupante que o governo faça a ampliação da rede só agora, no meio da emergência e usando o Iges. Mas, obviamente, a gente vai ter muita sensibilidade na votação para que a população tenha o atendimento adequado neste momento”, ponderou.
O Sindicato dos Enfermeiros do DF divulgou uma nota de repúdio contra a decisão do GDF de contratar profissionais pelo Iges em vez de nomear os 1,4 mil enfermeiros aprovados em concurso.
“Para o sindicato, é inaceitável inchar a máquina estatal com profissionais terceirizados e precarizados, sendo que há recursos financeiros para a nomeação imediata de servidores públicos na forma correta da lei, que já foram aprovados em concursos público”, afirmou.
Mortes
O GDF declarou situação de emergência no dia 25 de janeiro, após a explosão nos casos de dengue. A medida autoriza o Executivo local a comprar insumos, contratar serviços e profissionais por tempo determinado.
O DF confirmou 11 mortes provocadas pela dengue de 1º de janeiro até 3 de fevereiro de 2024. Outros 45 óbitos suspeitos da doença estão em investigação.
Um total de 47.417 casos prováveis de dengue foi registrado na capital do país até o momento. Houve um aumento de 1.120,6% em relação ao número registrado no mesmo período de 2023.