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Caseiro que ajudou polícia no caso Lázaro procura emprego: “Contas atrasadas”

A Polícia Civil e o MP de Goiás disseram que Alain Santana auxiliou a operação para captura de Lázaro. O ex-patrão dele foi denunciado

atualizado

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Alain e família
1 de 1 Alain e família - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Após a captura do maníaco Lázaro Barbosa, um dos personagens importantes dessa história cinematográfica, Alain Reis Santana, 34 anos, agora passa os dias em busca de um emprego. Alain é casado e tem seis filhos, dos quais cinco moram com ele e a esposa, Poliana. Os pequenos têm entre 1 ano e 4 meses e 12 anos.

A família vive em Girassol (GO), numa situação de pobreza. Alain chegou a ser preso durante a megaoperação de buscas a Lázaro, mas foi solto no dia seguinte por falta de provas e após revelar dados importantes à polícia sobre o criminoso e o seu próprio patrão, Elmi Caetano, 74 anos. Foi o chacareiro quem deu abrigo e comida para o maníaco, e o caseiro contou ter sido ameaçado por Lázaro.

O delegado Rafhael Neris Barboza disse, em relatório da Subdelegacia de Polícia de Cocalzinho de Goiás, que Alain “colaborou o tempo todo com as forças de segurança, ao contrário de seu patrão, que tentava a todo custo atrapalhar as buscas pelo criminoso Lázaro”.

A ajuda de Alain para a megaoperação policial foi descrita também pelo Ministério Público de Goiás, que pediu o arquivamento do inquérito em relação a ele, e denunciou Elmi Caetano, o proprietário da chácara.

Segundo o MPGO, o caseiro confidenciou aos policiais, com riqueza de detalhes, o fato de Elmi dar guarida a Lázaro e apontou onde estavam as armas, “ou seja, colaborando, e muito, para o êxito do trabalho policial”.

À coluna Grande Angular, Alain disse que possui experiência em fazendas, como caseiro, e em lava-jatos, mas também já trabalhou como ajudante de pedreiro e em oficina. Alain afirmou que precisa urgentemente de um trabalho para pagar as contas atrasadas e manter a família.

“A minha situação está ruim. Estou batalhando e andando para ver se eu encontro um emprego para manter a minha família. Estou desempregado e precisando urgente de um serviço. Estou com contas atrasadas, como a de luz”, contou.

Lázaro Barbosa foi morto durante confronto com policiais, na segunda-feira (28/6). A região de Girassol (GO) – que viveu por 20 dias com medo do criminoso e teve sua rotina alterada devido à movimentação de mais de 270 policiais e da imprensa – começa a voltar à normalidade. Após os momentos de tensão que viveu, Alain agora está em busca de uma nova fonte de renda para ele e sua família.

Quem tiver interesse em ajudar Alain e a família pode entrar em contato com Taciano Guedes, do escritório de advocacia que representa o caseiro, por meio do telefone (61) 9 9882-6939.

Recompensas

A defesa de Alain pretende reivindicar supostas recompensas oferecidas por informações que ajudassem a polícia a achar Lázaro Barbosa, mas ainda não encontrou a fonte das ofertas.

O advogado Adenilson dos Santos Silva Filho enviou ao secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, um ofício no qual diz que necessita saber se as informações prestadas por Alain à SSP-GO foram precisas o suficiente para o resultado da operação, a fim de que possa pleitear promessa de recompensa apresentada por particulares e empresários da região.

A reivindicação dos valores ofertados depende da resposta oficial, segundo a defesa. O advogado também informou que ainda não tem confirmação de que as recompensas são reais, pois apenas soube delas por meio de notícias. Os valores são de R$ 100 mil e R$ 50 mil.

Encontro com Lázaro

Alain Reis narrou que recebeu a proposta de um emprego na fazenda de Elmi Caetano e que começou a trabalhar no local dois dias após a chacina que vitimou a família Vidal, no Incra 9, em Ceilândia, em 9 de junho.

No dia 18 do mesmo mês, uma sexta-feira, ele viu Lázaro pela primeira vez na propriedade. Depois disso, encontrou com o criminoso mais duas vezes, nos dias 23 e 24. “Na sexta, era por volta de 18h30, quando eu peguei uma bacia para colocar a lavagem dos porcos para cozinhar. Quando cheguei na porta dos fundos da casa, o vi no canto da parede, com uma espingarda e um carregador de celular. Ele me viu e saiu andando em direção ao córrego. Na hora, eu fiquei meio em dúvida se era ele”, relatou.

“Já na quarta (23/6), eu tive certeza. Porque eu estava arrumando o galinheiro e ele chegou, bateu nas minhas costas e falou que se eu dissesse algo, ele iria me pegar e pegar a minha família, porque sabia onde eu morava, sabia que eu vivia nos fundos da casa do pai dele. E realmente eu morava lá, então fiquei com muito medo”, completou Alain.

Segundo ele, foi a partir de então que começou a desconfiar que o fazendeiro poderia estar dando abrigo ao maníaco. “Eu desconfiava, mas não tinha certeza”, afirmou. “Ele [Elmi] já tinha falado que não queria policiais nem imprensa na fazenda. Dizia que queria privacidade”, acrescentou.

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