Casal do barulho curte mansão enquanto descumpre ordem de desocupar imóvel
No final de semana, moradora compartilhou fotos na piscina da residência na QL 18 do Lago Sul. Dupla pode ser retirada à força
atualizado
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Apesar do fim do prazo definido pela 18ª Vara Criminal Cível de Brasília para a desocupação voluntária da mansão na QL 18 do Lago Sul, a casa continua ocupada. Os residentes, Cristiane Machado e Rodrigo Damião, conhecidos na vizinhança pelas festas de arromba, mantêm a rotina normalmente e não dão qualquer sinal de que estão de mudança do endereço, de acordo com moradores da região.
Cristiane, inclusive, compartilhou fotos no último final de semana curtindo a mansão. Nas imagens, postadas no Stories do Instagram – que ficam disponíveis apenas por 24 horas –, ela apareceu despreocupada, tomando sol e com um drink nas mãos, na piscina da casa em litígio.
Na mesma rede social, ela comentou uma publicação do Metrópoles. O texto destacava o fim do prazo para desocupação. “Poxa, cadê minha foto?”, questionou. “Sem minha foto vocês não vão ganhar muitos likes”, continuou no comentário.
Como mostrou a Grande Angular, há a possibilidade de o casal ser retirado à força do imóvel. Na decisão do dia 22 de outubro, a juíza Tatiana Dias da Silva Medina destacou que o descumprimento do prazo para saída voluntária pode ser penalizado com a “desocupação compulsória” e autorizou o auxílio de força policial.
Cristiane Machado e Rodrigo Damião, conhecidos na vizinhança pelas festas de arromba, recorreram, mas a decisão da Justiça foi mantida. Eles argumentam que viram anúncio de aluguel da mansão em um site e firmaram contrato com um intermediário, chamado Leandro Farias.
A magistrada, no entanto, afirmou que a possibilidade de o casal “ter sido enganado por Leandro, o qual negou-se a falar perante autoridade policial e não mais foi localizado, não tem condão de afastar a posse legítima da parte autora”. “O fato de Leandro ter anunciado o imóvel não é suficiente para demonstrar a licitude do contrato”, concluiu.
A ação no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) foi movida por Ricardo Lima Rodrigues da Cunha, filho e único herdeiro do último proprietário do imóvel, o ex-presidente da Federação Hípica de Brasília Orlando Rodrigues da Cunha Filho, morto em 25 de março de 2014. Como mostrou a coluna Grande Angular, do Metrópoles, um segundo sucessor de Orlando abriu mão dos bens deixados pelo empresário.
Nessa segunda-feira (9/11), o advogado de Ricardo afirmou que aguarda o fim do prazo, que conta apenas os dias úteis, para adotar novas medidas judiciais.
Veja fotos do casal na mansão:
Defesa
Conta o casal que, em fevereiro deste ano, depois de já estabelecido, um homem bateu no portão e se apresentou como proprietário da mansão. Era Ricardo Lima Rodrigues da Cunha. Cristiane disse ter tentado explicar o processo de locação, mas, segundo ela, Ricardo encerrou o diálogo e saiu dizendo que resolveria o impasse na Justiça.
“Ligamos para o Leandro [o suposto corretor] e questionamos o que significava aquilo, mas ele disse que ia se acertar com o Ricardo”, ressaltou Cristiane. “Não sabemos nem se esse Ricardo é mesmo o proprietário. Agora que fizemos uma boa reforma e melhoramos a casa, ele quer ganhar no grito”, completou.
Rodrigo admite até aceitar um acordo para sair do local, desde que Ricardo faça o ressarcimento de todas as supostas benfeitorias na residência. “Se tivermos de sair, a gente até sai, mas o processo vai continuar, e ele vai ter de pagar não apenas pelas benfeitorias, mas pelo dano moral que causou a mim e a minha família”, frisou o atual morador.