Bloco em que rapaz morreu recebeu R$ 199 mil de verba oficial
Secretaria de Cultura informou que a pasta pode exigir a devolução do dinheiro do Quem Chupou Vai Chupar Mais
atualizado
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O bloco de pré-Carnaval Quem Chupou Vai Chupar Mais, realizado no último sábado (08/02/2020), recebeu, por meio de edital da Secretaria de Cultura, R$ 199.470,00 dos cofres públicos.
Durante a festa, Matheus Barbosa Magalhães Costa, 18 anos, morreu esfaqueado. O bloco não recebeu autorização para desfilar. O evento foi reprovado em duas vistorias do Corpo de Bombeiros.
Nesta quarta-feira (12/02/2019), o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, afirmou que a pasta pode exigir que o dinheiro repassado ao bloco seja devolvido.
“A se confirmar que o evento não tinha alvará, a secretaria será rigorosa. Vamos aplicar a penalidade máxima. Iremos cobrar a devolução dos recursos aplicados”, afirmou.
Os organizadores têm o prazo de 120 dias para a prestação de contas, incluindo a apresentação dos documentos necessários para a realização do evento.
“Eles terão direito à defesa. E espero que apresentem as razões. Mas se não tinha alvará, não podia. Foi invasão, ocuparam irregularmente o local”, pontuou o secretário.
O bloco de pré-Carnaval Quem Chupou Vai Chupar Mais recebeu um dos maiores aportes do GDF. O valor mais alto pago pelo Edital nº 8/209-FAC Carnaval foi de R$ 250 mil, para o Setor Carnavalesco Sul.
Confira o resultado do edital:
Resultado Final de Admissibilidade FAC Carnaval 2020 by Metropoles on Scribd
Os organizadores do bloco não foram localizados para comentar a declaração do secretário de Cultura. Na manhã de quarta-feira (12/02/2020), os responsáveis pela festa divulgaram nota à imprensa.
No texto, informaram que a festa contou com 240 seguranças, 60 brigadistas, seis UTIs móveis, dois postos médicos e que toda a área foi cercada para que ocorresse revista dos foliões.
Os organizadores afirmaram que o evento “obteve a admissibilidade documental para trâmite final de alvará, que seria emitido após todas as vistorias dos órgãos competentes (Defesa Civil e Corpo de Bombeiros)”. O documento, no entanto, não teria sido aprovado porque a Via S1 não foi fechada.