Bancos e empresas recebem proposta de compra do Centrad por R$ 370 mi
Representantes do GDF, Caixa, Santander, Via Engenharia e Odebrecht abriram as negociações para venda dos prédios do Centrad
atualizado
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O Governo do Distrito Federal (GDF) apresentou proposta para compra do Centrad, em Taguatinga, por R$ 370 milhões, conforme adiantou a coluna Grande Angular.
A reunião entre representantes do GDF, dos bancos responsáveis pelo financiamento da obra (Caixa e Santander) e das empresas executoras (Via Engenharia e Odebrecht) ocorreu nesta quarta-feira (10/8), na Secretaria de Economia do DF.
Tanto os bancos quanto as empresas pediram acesso ao laudo de avaliação da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) sobre o empreendimento, antes de se pronunciarem sobre a oferta. Foi esse documento que embasou a proposta de preço do governo local. Uma nova reunião deve ocorrer nas próximas semanas.
O assessor especial do gabinete do governador Ibaneis Rocha (MDB), Marcelo Galvão, disse à coluna que o valor da proposta, se aceito, será repassado diretamente aos bancos.
“O nosso limite é R$ 370 milhões, valor que não será pago de uma vez. Vamos buscar uma forma de atenuar o pagamento, talvez por meio de financiamento, para que não haja impacto na projeção orçamentária”, afirmou.
O imóvel já está sob a gestão do GDF, que instalou segurança e elabora um plano de ocupação do local, com previsão de obras internas e a construção de um viaduto. “Foram abertas as negociações e o governo esclareceu que quer resolver o problema e apresentou o laudo de avaliação da Terracap, mas as outras partes acharam por bem analisar mais detalhadamente o documento”, afirmou.
Lembre o caso
Idealizado como um novo centro administrativo para abrigar órgãos do GDF, o Centrad foi erguido em um terreno público pelas empresas Odebrecht e Via Engenharia, por meio de financiamento com os bancos. Inaugurados às pressas no fim do governo de Agnelo Queiroz, em 2014, os prédios nunca tiveram utilidade.
Em maio de 2022, o governador Ibaneis Rocha (MDB) formalizou a anulação do contrato de Parceria Público-Privada (PPP) com o consórcio. Orçada em R$ 660 milhões, a obra executada pela Via Engenharia e a Odebrecht custou cerca de R$ 1 bilhão.
O Centrad jamais chegou a funcionar por apresentar uma série de irregularidades apontadas pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas locais – o que só se agravou após a delação premiada do alto escalão da Odebrecht na Lava Jato.