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Arruda sobre PPCub: “O Plano de Lucio Costa não pode ser destruído”

O ex-governador do DF José Roberto Arruda criticou pontos do PPCub que ameaçam o tombamento, como moradias em regiões de clubes

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Daniel Ferreira/Metrópoles
José Roberto Arruda durante as eleições 2018
1 de 1 José Roberto Arruda durante as eleições 2018 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda saiu em defesa da área tombada e criticou pontos do Plano de “Preservação” do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub), como o adensamento residencial em área de clubes às margens do Lago Paranoá.

Em entrevista ao Metrópoles, Arruda disse que o Plano Piloto projetado por Lucio Costa “revolucionou o conceito de cidade e tornou Brasília Patrimônio Cultural da Humanidade e não pode ser destruído”.

“Manter o plano original é respeitar a história, preservar a cidade-jardim e dar exemplo de urbanidade. Não podemos deixar que Brasília repita os mesmos erros das outras grandes cidades brasileiras, com especulação imobiliária querendo aumento de gabaritos ou construir prédios em áreas de clubes”, declarou o ex-governador.

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Arruda destacou que Águas Claras, cidade a 20 quilômetros do centro da capital federal, sofre com trânsito intenso porque foi planejada para abrigar prédios de até 12 andares. Posteriormente, o gabarito foi aumentado para permitir edifícios muito maiores, mas as ruas não foram construídas para os moradores a mais. “Por isso, o trânsito na cidade hoje é o caos. Dobrou o número inicialmente previsto de habitantes, e as ruas são as mesmas”, enfatizou.

Durante a gestão de Arruda, em 2007, Brasília teve a primeira implosão da história da capital federal. Às margens do Lago Paranoá, um esqueleto de um prédio de luxo que tinha altura superior à permitida para o local foi transformado em escombros em cinco segundos. A edificação tinha 13 andares, mas, naquela região, o limite é de três andares.

“Implodi aquele esqueleto ao lado da Academia de Tênis, como o Metrópoles lembrou hoje, porque feria o plano urbanístico de Brasília”, disse Arruda.

Quais os pontos mais problemáticos do PPCub no seu ponto de vista? Por quê?

Arruda: Eu creio que as maiores preocupações já estão postas e mereceram, inclusive, uma manifestação muito positiva do governador – que é um homem inteligente – de que vai vetar esses pontos que podem desfigurar o projeto original da cidade. Como é o caso de hotéis e motéis nas quadras 700/900, camping no fim da Asa Sul, aumento de gabarito e adensamento residencial em áreas de clubes esportivos.

Por que o tombamento da capital federal deve ser respeitado?

Arruda: Juscelino Kubitschek não apenas construiu uma nova capital. Com ela, seu urbanismo e sua arquitetura revolucionários, construiu um novo conceito de cidade, admirada no mundo todo e tombada pela Unesco. Se resolvêssemos, por exemplo, permitir que os prédios residenciais da Asa Sul tivessem 12 andares ao invés de seis, estaria desfigurado o plano, o conceito de superquadra e a qualidade de vida na cidade. Enfim, manter o plano original é respeitar a história, preservar a cidade-jardim e dar exemplo de urbanidade. Não podemos deixar que Brasília repita os mesmos erros das outras grandes cidades brasileiras, com especulação imobiliária querendo aumento de gabaritos ou construir prédios em áreas de clubes.

Quando o senhor era governador, houve alguma tentativa de intervenção que prejudicaria a área tombada? Como lidou com a situação?

Arruda: Foram muitas. E reagi. Por isso, implodi aquele esqueleto ao lado da Academia de Tênis, como o Metrópoles lembrou hoje, porque feria o plano urbanístico de Brasília. Também proibi coberturas fora do gabarito e várias transformações de uso que feriam o plano. Tenho certeza de que o governador, pelo que ele já disse e pelo que ouvi dele mesmo, vai ouvir os órgãos técnicos do governo, os órgãos do governo federal, as entidades que trabalham pela preservação da cidade e a sociedade organizada para tomar as melhores decisões.

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