Após tragédia de PMs, Celina aciona comandante: “Atenção especial”
Governadora em exercício do DF, Celina Leão disse que o “evento doloroso destaca a urgência de priorizar a saúde mental dentro das forças”
atualizado
Compartilhar notícia
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), lamentou o assassinato seguido de suicídio de policiais militares, ocorridos nesse domingo (14/1), e disse que solicitou à comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Ana Paula Habka, que tenha “atenção especial” em relação à estrutura psicológica para a corporação.
Celina disse que o “evento doloroso destaca a urgência de priorizar a saúde mental dentro das forças de segurança”.
“Todos os esforços para que os nossos polícias tenham estrutura profissional e psicológica têm sido adotados pelo GDF. Solicitei pessoalmente à coronel Ana Paula Habka, comandante-geral da PMDF, que tenha uma atenção especial voltada para isso”, declarou.
A governadora em exercício disse que o GDF irá “investir cada vez mais em programas que busquem harmonia entre saúde mental e o aspecto profissional da nossa corporação”.
“O Governo do Distrito Federal expressa, com profundo respeito, solidariedade à dor dos familiares, policiais militares e amigos, colocando-se à disposição para qualquer apoio necessário”, enfatizou Celina.
A PMDF conta com apenas um médico psiquiatra para atender cerca de 10 mil integrantes da tropa.
O presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), conselheiro Márcio Michel, manifestou pesar pela morte dos policiais e defendeu “ações voltadas para a promoção da saúde e do bem-estar dos nossos profissionais da Segurança Pública”.
“Dediquei boa parte da minha vida a essa nobre missão de proteger a sociedade e sei bem como é a pressão de lidar com o perigo constantemente, além de vivenciar, no dia a dia, situações em que presenciamos a violência e a degradação humana”, afirmou o presidente do TCDF, que é delegado aposentado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Ações
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) disse, em nota, que se colocou à disposição das partes envolvidas e que está trabalhando em conjunto com a PMDF para desenvolver novas medidas voltadas à saúde física e mental dos policiais.
“Entre as ações em andamento, destacamos a construção de um Centro de Apoio Biopsicosssocial (CAB) e medidas que reforçam o combate ao assédio no serviço policial”, destacou a pasta.
“A SSP-DF reforça o compromisso e a atenção com à saúde integral dos servidores das forças públicas do DF, com foco no bem estar físico e mental, especialmente o enfrentamento da depressão, do estresse, e de outras alterações psíquicas e suas consequências. O bem-estar físico e mental dos servidores é prioridade no novo programa da pasta, o ‘DF Mais Seguro – Segurança Integral’, tratado no eixo ‘Servidor Mais Seguro'”, informou.
O caso
O segundo-sargento Paulo Pereira de Souza atirou contra o soldado Yago Monteiro Fidelis dentro da viatura onde estavam e tirou a própria vida em seguida, na manhã desse domingo (14/1), no Recanto das Emas (DF).
O terceiro policial que estava na viatura, segundo-sargento Diogo Carneiro dos Santos, saiu correndo do carro porque achou que se tratava de um “ataque externo”.
Policiais ouvidos pela coluna Na Mira, do Metrópoles, apontam que o autor dos disparos tinha “problemas psicológicos”.”