Após MP acionar Justiça, Ibaneis diz que edital do ICTDF está pronto
MPDFT quer pôr fim à intervenção do GDF no Instituto de Cardiologia e Transplantes. Ibaneis diz que edital para nova gestão está pronto
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entrou com uma ação judicial na tentativa de encerrar a intervenção administrativa do Governo do Distrito Federal (GDF) no Instituto de Cardiologia e Transplantes (ICTDF), decretada em dezembro de 2023.
O MPDFT pediu, ainda, a abertura de chamamento público para seleção da nova entidade responsável pela gestão da unidade de saúde.
Em abril, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a determinação de início do processo de seleção para a administração do ICTDF. Nesta sexta-feira (1º/11), ele disse à coluna Grande Angular que o edital está pronto e que vai conferir pessoalmente toda a documentação.
O governador estava em viagem oficial à Europa, mas informou que retornou ao Brasil e que chegará à capital federal na próxima segunda-feira (4/11).
O MPDFT apresentou a ação civil pública na segunda-feira (28/10). A instituição entendeu que a Secretaria de Saúde (SES-DF) descumpriu a recomendação conjunta da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) e da Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC), emitida em abril último, que cobrava a abertura do chamamento para o novo contrato de gestão do ICTDF, de modo que a intervenção fosse encerrada.
O ICTDF, que funciona com recursos públicos, é responsável por 85% dos serviços de cardiologia e transplantes da capital federal. A unidade de saúde também recebe 100% dos pacientes cardiopatas pediátricos de alta complexidade e, em 2023, teve receita bruta de R$ 169,4 milhões.
O GDF decretou a intervenção no ICTDF em dezembro de 2023, após a então responsável pela gestão, Fundação Universitária de Cardiologia (FUC), suspender todos os procedimentos eletivos invasivos que demandassem insumos para transplantes de coração e rim, por falta desses itens, além de transplantes de medula óssea, recebimento de órgãos e outros serviços essenciais.
A FUC alegou, à época, que a Secretaria de Saúde havia deixado de fazer repasses à administração do hospital, o que ameaçou a manutenção das atividades.