Ampliação de parque reduzirá áreas verdes de lotes da Península dos Ministros
Projeto de redefinição da reserva foi apresentado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) por meio de consulta pública virtual
atualizado
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Sob o pretexto de interligar dois parques que já estão conectados, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) colocou para análise pública projeto de redefinição da poligonal da reserva na QL 12, uma das áreas mais nobres do Distrito Federal.
O texto prevê o alargamento da faixa desocupada entre a margem do Lago Paranoá e as cercas das residências. A partir do próprio desenho feito pelo Ibram, é possível notar que, em alguns trechos do mapa, o recuo atual de 30 metros será ampliado para até 80 metros – 50 metros além do recuo promovido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), com a demolição de muros e extinção de áreas verdes, em 2015.
Pela proposta, o novo parque, que surgirá a partir da junção oficial do Península Sul e do Anfiteatro Natural do Lago Sul – conhecido como Parque Asa Delta –, terá área total de 30,43 hectares. Serão incorporados, pelo menos, 5,5 hectares, de acordo com a sugestão do Ibram.
Apesar de o projeto não especificar a quantidade de casas que serão afetadas pelas possíveis mudanças, os mapas apresentados no estudo técnico, que foi disponibilizado no site do Ibram no dia 11 de agosto, indicam que pelo menos 21 propriedades terão de recuar cercas e abrir mão de suas áreas verdes.
A poligonal proposta pelo instituto é a mesma que foi anulada após questionamentos dos moradores, em 2015, logo depois da desocupação da orla. Agora, cinco anos depois, o projeto ressuscitou. Por conta da pandemia do novo coronavírus, o Ibram organizou uma abordagem virtual ao público. O órgão receberá sugestões sobre o projeto até 30 de setembro.
Confira mapas apresentados na proposta:
Cinco anos de espera
Desde a desocupação da orla, os moradores cobram a implementação de infraestrutura e denunciam constantes abusos por parte dos frequentadores, como realização de festas nas margens do lago, com bebida alcoólica e música alta.
Outro problema é o lixo deixado na área que foi desobstruída sob o argumento de preservação do meio ambiente. A insegurança é mais uma queixa recorrente.
O que diz o Ibram
O Ibram destacou que o projeto proposto é uma sugestão aos moradores e que poderá ser alterado ao longo da consulta pública. “Nós apresentamos o projeto e aguardamos as manifestações. Entre as quais, as de moradores dos lotes lindeiros que poderão ser afetados”, explicou a superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água (Sucon) do Ibram, Rejane Pieratti.
Comentários sobre a proposta e sugestões podem ser feitas na página do Ibram até o dia 30 de setembro.
Confira a íntegra do estudo técnico:
Estudo Técnico – Peninsula by Metropoles on Scribd
