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Amapá em chamas: estado registra maior número de incêndios da história

Fumaça oriunda do fogo que se alastra pelo Parque Nacional do Cabo Orange, na Amazônia, cobre estrada até Oiapoque

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Fumaça de Incêndios no parque Nacional do Cabo Orange. Macapá (AP), 15/11/2023. Foto: Igo Estrela/Metropoles
1 de 1 Fumaça de Incêndios no parque Nacional do Cabo Orange. Macapá (AP), 15/11/2023. Foto: Igo Estrela/Metropoles - Foto: Estrela/Metrópoles. @igoestrela

Enviada especial ao Amapá – No horizonte da última estrada ao extremo norte do Brasil, a BR-156, a fumaça predomina. Do trecho que liga os municípios de Calçoene e de Oiapoque, no Amapá, é possível ver: o que queima é a vegetação do Parque Nacional do Cabo Orange, composta pela floresta amazônica e aningais, plantas que podem chegar a quatro metros de altura.

A queimada desenfreada no Parque Nacional do Cabo Orange fez com que órgãos federais e estaduais se unissem para combater as chamas na unidade de conservação, criada em 1980 para preservar os ecossistemas próximos à costa norte do Brasil.

Na última quinta-feira (15/11), uma equipe de 12 militares do Corpo de Bombeiros do Amapá foi até Oiapoque, cidade do Brasil na fronteira com a Guiana Francesa, para dar apoio aos brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no combate ao incêndio florestal.

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Fumaça de incêndios vista da BR-156 no Parque Nacional do Cabo Orange. Estado registra, em 2023, maior número de incêndios da história
Fumaça de incêndios vista da BR-156 no Parque Nacional do Cabo Orange. Estado registra, em 2023, maior número de incêndios da história
Fumaça de incêndios vista da BR-156 no Parque Nacional do Cabo Orange. Estado registra, em 2023, maior número de incêndios da história
Fumaça de incêndios vista da BR-156 no Parque Nacional do Cabo Orange. Estado registra, em 2023, maior número de incêndios da história
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Como o local é de difícil acesso, a Força Aérea Brasileira (FAB) leva de helicóptero os profissionais para a “frente de fogo”, que é a área mais crítica dentro do parque. O trabalho tem previsão de durar 15 dias.

O Corpo de Bombeiros do Amapá disse que o incêndio no parque se alastra por duas frentes: ao norte e ao sul. Especialista em incêndio florestal, o major Santos, que realizou um voo sobre a área, constatou que o incêndio tem características superficiais, ou seja, sobre a vegetação.

Segundo a corporação, o combate ao incêndio será feito de forma direta e indireta, com uso de abafador, bomba costal e construção de aceiros, entre outras medidas. O Corpo de Bombeiros afirmou que a origem do fogo ainda é desconhecida.

Ano mais crítico

Este é um dos mais de 2.156 focos de incêndio registrados pelo Amapá entre 1º de janeiro e 15 de novembro de 2023, ano em que o estado mais pegou fogo, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O número de focos de incêndio detectados pelo Inpe até a primeira quinzena de novembro, no Amapá, é o maior do período para a série histórica, iniciada há 25 anos, em 1998.

O Amapá sofre com estiagem que dura aproximadamente 40 dias, temperaturas que ultrapassam os 37ºC e sensação térmica acima de 40ºC.

O meteorologista do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) Jefferson Vilhena afirmou que a seca está mais prolongada este ano. “O mês de novembro está bastante quente, mas com temperatura dentro da média para o período, que varia de 33ºC a 34ºC. Provavelmente, as nossas chuvas só voltarão no mês de dezembro, o que deve fazer com que a temperatura continue nesses parâmetros mais altos”, pontuou.

A 580 quilômetros de Oiapoque, Macapá, a capital do estado, também sofre com a fumaça que tem coberto o céu da cidade e dificultado a respiração das pessoas. Porém, segundo o meteorologista do Iepa, a fumaça que chega à capital vem das queimadas nas Ilhas de Marajó, no Pará.

“O Pará que lidera o ranking do estado com o maior número de queimadas. E a fumaça proveniente do Pará, principalmente proveniente do Marajó, afeta a Região Metropolitana de Macapá. Do restante do Pará – da área central, sul, leste e oeste –, essa fumaça é canalizada pelo corredor de ventos até a capital amazonense”, assinalou Vilhena.

O Corpo de Bombeiros explicou que a estiagem “produz uma combinação perfeita para propagação descontrolada dos incêndios florestais”. “O material vegetal (material combustível) está muito seco, e a umidade do ar, baixa. A falta de chuva prolongada agrava o cenário, otimizando a propagação dos incêndios.”

Sistema de monitoramento que mostra a proliferação de dióxido de carbono, ligado às queimadas

Pouca água

O governo do Amapá decretou situação de emergência porque as comunidades na costa do estado sofrem com falta de água potável. O problema é ocasionado por estiagem, queimadas e salinização dos rios próximos ao oceano.

Um dos casos mais preocupantes é o do arquipélago do Bailique, distrito da capital. Os cidadãos da região estão sem água potável porque o Rio Amazonas, que abastece o local, está com alto teor de sal do Oceano Atlântico.

Os moradores da Vila do Sucuriju, na cidade que leva o nome do estado, Amapá, enfrentam o mesmo problema.

Em Ferreira Gomes, a 136 quilômetros de Macapá, o Rio Araguari dava vazão à hidrelétrica que produz energia suficiente para 700 mil habitantes. Agora, o rio está com baixíssimo nível de água.

A seca severa acendeu o alerta do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No mês passado, o diretor-geral do órgão, Luiz Carlos Ciocchi, disse que poderia suspender a atividade de hidrelétricas no Norte.

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Rio que dá vazão à usina está com baixíssimo nível de água
Amapá sofre com forte seca
População de algumas cidades está sem água potável
Falta água potável para ribeirinhos por causa da sinalização do Rio Amazonas
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Usina Hidrelétrica de Ferreira Gomes Rio Araguari, na BR-156. Forte seca que atinge boa parte da Amazônia pode forçar o desligamento de hidrelétricas

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Rio que dá vazão à usina está com baixíssimo nível de água

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Amapá sofre com forte seca

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População de algumas cidades está sem água potável

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Falta água potável para ribeirinhos por causa da sinalização do Rio Amazonas

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