Alunos da UnB e de outras universidades pedem impeachment de Bolsonaro
Iniciativa reúne 45 entidades de representação estudantil do país, que questionam delitos nas respostas do governo à pandemia da Covid
atualizado
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O Centro Acadêmico de Direito da Universidade de Brasília (UnB) e o Centro Acadêmico XI de Agosto da Universidade de São Paulo (USP) coordenam iniciativa com 45 entidades de representação estudantil do país para a apresentação de pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As solicitações devem ser apresentadas nesta quarta-feira (31/3), dia do aniversário de 57 anos do golpe militar de 1964.
O pedido de impeachment do Centro Acadêmico de Direito da UnB foi protocolado nesta manhã. O documento diz que “Bolsonaro banalizou a prática de crimes de responsabilidade” e afirma que houve delitos nas respostas do governo federal à pandemia da Covid-19.
“Não existem dúvidas de que esse resultado dantesco se deve, em grande medida, à empreitada negacionista e anticientífica liderada pelo Sr. Jair Messias Bolsonaro. A recusa em coordenar uma estratégia nacional para a contenção do vírus, através do Ministério da Saúde; de fazer a parte que lhe cabia na aquisição de vacinas e na imposição de barreiras e medidas sanitárias; o estímulo a comportamentos propagadores da doença; e as demais condutas narradas nesta denúncia demonstram sua responsabilidade direta sobre o quadro calamitoso em que nos encontramos”, pontua.
Alunos foram para frente do Congresso Nacional, nesta manhã, e abriram uma faixa de 20 metros que dizia: “Estudantes de direito pelo impeachment”.
Também nesta quarta-feira, líderes da Oposição e Minoria no Senado e na Câmara dos Deputados apresentaram um novo pedido de impeachment do presidente da República. Esta é 75° solicitação de afastamento de Bolsonaro desde 2019, segundo a Secretaria-Geral da Mesa.
No documento, os parlamentares argumentam que o presidente está tentando, de forma autoritária, se apropriar indevidamente e para interesses pessoais das Forças Armadas, com “ameaça evidente à democracia”.
Ditadura
A Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) divulgou nota afirmando que a ditadura militar foi “um dos episódios mais nefastos da história recente desse país”. A entidade pediu a saída de Bolsonaro do cargo.
“É inadmissível que o presidente da República, diante das conquistas democráticas do povo brasileiro e suas heroicas lutas, reduza a gravidade desse momento a um nada histórico, arvorecendo-se a organizar uma comemoração revanchista da ditadura militar nesse país, silenciando novamente a memoria, os sobreviventes e a história”, afirmou.