Aliança de última hora pode virar o jogo a favor de Joe Valle
Acerto pode garantir votos de Julio Cesar e Rodrigo Delmasso e a vitória de pedetista à presidência da Câmara nesta quinta-feira (15/12)
atualizado
Compartilhar notícia
Um aperto de mãos na noite desta quarta-feira (14/12) pode definir com quem ficará a presidência da Câmara Legislativa nos próximos dois anos. Um grupo de distritais de oposição ao candidato governista, Agaciel Maia (PR), esteve na residência do presidente do PRB no Distrito Federal, Wanderley Tavares, no Lago Sul, e obteve uma sinalização positiva ao chamado Blocão, que apoia a eleição de Joe Valle (PDT) para o comando da Casa.
O acordo garantiria os votos de Julio Cesar Ribeiro, do PRB, e Rodrigo Delmasso (Podemos). Foi prometida a Julio Cesar a condução da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), a mais importante da Câmara Legislativa. Delmasso, por sua vez, faz questão da compor a Mesa Diretora da Casa. Pelo acerto, ele pode ficar com uma das três secretarias. Na composição, Wellington Luiz (PMDB) está posicionado como vice.
Os votos de Julio Cesar e Delmasso garantiriam vitória a Joe Valle, que até a madrugada desta quinta-feira (15/12) contava 12 votos a seu favor. São eles: Celina Leão (PPS), Wellington Luiz (PMDB), Robério Negreiros (PSDB), Rafael Prudente (PMDB), Raimundo Ribeiro (PPS), Cristiano Araújo (PSD), Chico Leite (Rede), Reginaldo Veras (PDT), Sandra Faraj (Solidariedade), Cláudio Abrantes (Rede), Liliane Roriz (PTB), além do próprio Joe.A quarta-feira foi de intensa movimentação em torno das forças que competem pela presidência da Câmara. A dúzia de deputados em torno da candidatura de Joe almoçou no restaurante São Lourenço, no Sudoeste. A partir do encontro, os distritais traçaram a estratégia do resto do dia. O grupo se dividiria não só na missão de conquistar os votos fundamentais para a vitória, como buscaria uma margem de segurança. Assim se deu a ofensiva sobre Julio Cesar e Rodrigo Delmasso (considerados fiéis da balança), Lira (PHS), Telma Rufino (PROS) e Juarezão (PSB), atual presidente interino da Casa.
Do lado oposto, a ofensiva para emplacar Agaciel Maia na chefia da Câmara foi liderada pelo próprio governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Ao longo da tarde e durante a noite de quarta-feira, Rollemberg deu dezenas de telefonemas para os distritais. A ansiedade incomum do governador em se conectar com os deputados virou motivo de brincadeira entre os parlamentares do bloco de oposição. “O governador já foi mais difícil”, comentou um deles.
Rollemberg também conta 12 votos. Com o poder da máquina e o trunfo da oferta de cargos, é esperado que o governador possa fazer a maioria até o momento da votação, marcada para as 10h desta quinta-feira. Sem o poder externo, mas disposto a repartir a gestão e os cargos importantes da Casa, o Blocão acha, no entanto, que tem chances de imprimir uma derrota vigorosa sobre Rollemberg. Isso só seria possível se, além dos votos contados para fazer maioria, a bancada do PT mudasse de lado.
Na última semana, o partido fechou apoio a Agaciel Maia, como revelou o Metrópoles. Em troca, foi assegurada a vice-presidência a Ricardo Vale (PT). Nesta quarta, no entanto, a executiva do PT local divulgou nota repreendendo os deputados pela composição com Agaciel. Essa pode ser a deixa para que os petistas com mandato voltem atrás e se aliem a Joe Valle. Apesar de todas as tratativas e sinalizações, a eleição da Câmara é tradicionalmente uma caixa de surpresas. As negociações serão retomadas nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, quando será conhecido o nome do novo presidente da Casa.