Advogado dono de casa onde Queiroz foi preso era casado com ré da Caixa de Pandora
Empresária é uma das personagens do esquema de corrupção que implodiu o governo de José Roberto Arruda
atualizado
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O dono da casa onde o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, foi detido nesta quinta-feira (18/06), é ex-marido da empresária Maria Cristina Boner. Ela é uma das personagens do esquema de corrupção no governo do Distrito Federal que levou à prisão do ex-governador José Roberto Arruda.
A empresária foi casada com Frederick Wassef, anfitrião de Queiroz no sítio em Atibaia (SP), onde ocorreu a operação policial que deteve o assessor. A operação foi desencadeada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MPSP),.
Segundo investigação da Polícia Federal batizada de Caixa de Pandora, Cristina teria pagado propina para manter contratos do GDF com o grupo de informática TBA, do qual era sócia. O dinheiro entregue a Arruda em um dos vídeos mais famosos divulgados pelo delator do esquema, Durval Barbosa, teria sido providenciado por ela.
A empresária foi acusada de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Em dezembro de 2018, ela depôs na 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Na ocasião, negou o pagamento de propina a Durval Barbosa.
Cristina e seu outro ex-marido, o também empresário Bruno Basso, são investigados pelo suposto envolvimento no chamado mensalão do DEM. O ex-casal manteve diversos contratos sem licitação com o governo federal durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso.
Relação com Bolsonaro
Em episódio mais recente, o nome da empresária aparece em uma transação comercial direta com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Em 2015, Maria Cristina vendeu, por meio de um de suas empresas, ao então deputado federal, uma Land Rover por R$ 50 mil. À época, a empresária afirmou que uma agência de veículos intermediou a negociação.
Frederick Wassef atua para a família Bolsonaro desde 2014 e é o que muitos defensores do presidente Bolsonaro consideram como “bolsonarista raiz”. Defensor das “ações mais efetivas da polícia” no combate à violência, Fred é adversário da esquerda e católico praticante.
A relação entre Wassef e Bolsonaro teria começado quando o advogado, após ver um suposto vídeo do presidente, entrou em contato para um encontro pessoal no gabinete da Câmara. O contato teria sido estreitado em 2015, quando Fred e Cristina Boner passaram a ser visitados pela atual primeira-dama, Michelle, na companhia do presidente Bolsonaro.