metropoles.com

A facadas, a pauladas, enforcadas: CPI mostra como morrem vítimas de feminicídio no DF

Depois de 11 meses de trabalho, a CPI do Feminicídio, da CLDF, concluiu o trabalho que inclui informações sobre vítimas e 50 recomendações

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Facadas, pauladas, enforcadas: relatório de CPI mostra como morrem vítimas de feminicídio no DF
1 de 1 Facadas, pauladas, enforcadas: relatório de CPI mostra como morrem vítimas de feminicídio no DF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O feminicídio no Distrito Federal tem um perfil tão bárbaro quanto a ideia de matarem uma mulher pelo fato de ser mulher. A CPI do Feminicídio, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), traçou as características de 90 casos de feminicídio e de tentativas de feminicídio, a partir de 72 inquéritos instaurados entre 2019 e 2020, e de 18 processos de anos anteriores.

A CPI produziu um relatório final sobre o tema, que será apresentado na manhã da próxima segunda-feira (3/5). O documento mostra que faca ou outro tipo de arma branca foi utilizada em 68,88% dos casos. Arma de fogo foi o segundo meio mais escolhido pelos assassinos: está presente em 11,11% das ocorrências.

Também foram registradas mortes por queimaduras (5,55%), asfixiamento (4,44%), paulada (2,22%) e espancamento (1,11%). Não houve esclarecimento sobre a arma usada em 6,66% dos feminicídios.

A maioria dos assassinatos analisados (72,2%) foi motivada por conflitos relativos à manutenção da relação, como suspeita de traição, não aceitação do término ou de um novo relacionamento da mulher.

Segundo o relatório da CPI, em 41 dos 90 processos não há dados de cor das vítimas. Dos 49 casos em que a cor foi registrada, em 79,5% deles as vítimas eram negras e pardas, e 20,4%, brancas.

Políticas públicas

Relator da CPI do Feminicídio, o deputado distrital Fábio Felix (PSol) disse à coluna Grande Angular que um dos achados da comissão é a “falta de uma política integrada para atendimento à mulher vítima da violência”. “Isso é gravíssimo: não há nenhuma conectividade entre os serviços”, afirmou.

Outra característica destacada pelo relatório da CPI é a vulnerabilidade. Em nove processos nos quais há informação sobre a renda, as vítimas não tinham recursos financeiros próprios e dependiam financeiramente de outras pessoas. “Se não dão atendimento adequado e não garantem respostas concretas, as mulheres com dependência econômica não conseguem quebrar o ciclo de violência”, pontuou o relator.

Fábio Felix adiantou que a CPI vai fazer 50 recomendações ao Governo do Distrito Federal, Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT). O colegiado também apresentará um pacote de projetos de lei abrangendo diferentes temas.

“A CPI trabalhou durante 11 meses avaliando 90 processos enviados pelo TJDFT. A gente fez 14 audiências com especialistas e oitivas de autoridades. Visitamos 17 serviços de atendimento à mulher e de prevenção à violência. Foi um trabalho árduo e longo para a elaboração do relatório”, assinalou.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?