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152 anos de prisão: STJ julgará pedido de Marcola para anular processo

O líder máximo do PCC, Marcola, foi condenado por ser mandante da morte de oito presos durante rebelião no Carandiru, em 2001

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PFs Foto colorida de Marcola, líder do PCC -- Metrópoles
1 de 1 PFs Foto colorida de Marcola, líder do PCC -- Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou para o próximo dia 27 de fevereiro o início do julgamento do habeas corpus que pede a anulação de todo o processo que levou à condenação do líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, a 152 anos de prisão. A sessão ocorrerá em plenário virtual e tem previsão de durar sete dias.

O 2º Tribunal do Júri de São Paulo condenou Marcola, em março de 2013, a 160 anos de prisão pela morte de oito presos durante rebelião na Casa de Detenção São Paulo (Carandiru), em 2001. Ele recorreu e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reduziu a pena para 152 anos de reclusão.

PCC: conheça a história da facção criminosa mais perigosa do Brasil

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Criado em outubro de 1993, o PCC foi fundado como uma espécie de “sindicato” de criminosos. O objetivo era impedir que massacres como o do Carandiru fossem repetidos. Além dos mais, buscavam uma aliança dos presos contra o inimigo comum: o sistema. As informações são descritas no livro PCC: A Facção (Editora Record), de Fátima Souza
Presídio
A partir disso, os presos se uniram em uma irmandade para enfrentar as autoridades, o estado e exigirem que os direitos humanos fossem respeitados
Com o tempo, o número de membros da facção começou a aumentar e o PCC evoluiu para um “novo patamar”. Além de atuarem por todo o Brasil, especialmente em São Paulo, o grupo criminoso expandiu a atuação para países próximos, como Venezuela, Bolívia, Paraguai e Colômbia
Além disso, com a expansão, o PCC passou a criar regras de conduta e até legislação própria. No estatuto da facção criado em 2001, mais especificamente no item 7 do documento, está previsto que integrantes que estejam livres devem ajudar os demais membros. Caso não o façam, serão condenados à morte “sem perdão”
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Considerado por muitos a maior facção criminosa do Brasil e da América do Sul, o Primeiro Comando da Capital (PCC) é composto por mais de 30 mil membros, segundo apuração da Polícia Federal (PF)

DIVULGAÇÃO/IMAGEM ILUSTRATIVA
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Criado em outubro de 1993, o PCC foi fundado como uma espécie de “sindicato” de criminosos. O objetivo era impedir que massacres como o do Carandiru fossem repetidos. Além dos mais, buscavam uma aliança dos presos contra o inimigo comum: o sistema. As informações são descritas no livro PCC: A Facção (Editora Record), de Fátima Souza

Wilson Dias/Agência Brasil
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Presídio

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A partir disso, os presos se uniram em uma irmandade para enfrentar as autoridades, o estado e exigirem que os direitos humanos fossem respeitados

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Com o tempo, o número de membros da facção começou a aumentar e o PCC evoluiu para um “novo patamar”. Além de atuarem por todo o Brasil, especialmente em São Paulo, o grupo criminoso expandiu a atuação para países próximos, como Venezuela, Bolívia, Paraguai e Colômbia

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Além disso, com a expansão, o PCC passou a criar regras de conduta e até legislação própria. No estatuto da facção criado em 2001, mais especificamente no item 7 do documento, está previsto que integrantes que estejam livres devem ajudar os demais membros. Caso não o façam, serão condenados à morte “sem perdão”

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O modelo organizacional da facção, inclusive, passou a ser utilizado como inspiração para a criação de estatutos de outras organizações criminosas

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Em 2016, após o assassinato de Jorge Rafaat, conhecido como o rei da fronteira com o Paraguai, o PCC assumiu o controle da região e se tornou o primeiro cartel internacional de drogas sediado no Brasil

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Além do tráfico de drogas e de armas, o PCC tem como métodos assassinatos, lavagem de dinheiro, extorsão, sequestro, roubo a bancos e cargas, propina etc.

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Não é possível estipular o lucro anual dos criminosos. No entanto, segundo levantamentos da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo, o PCC alcançou nos últimos anos faturamento bilionário, cifra equivalente a de multinacionais

DIVULGAÇÃO/PM
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Em 2019, a MOV.doc lançou uma série sobre a origem, ascensão e quedas das lideranças do PCC. Com quatro episódios, a obra aborda como a facção brasileira se tornou internacional

MOV/Reprodução

 

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Agente do Gaep usa um dos fuzis IMBEL 7,62 Parafal durante transferência de Marcola para Brasília
Marcola: líder do PCC é levado a hospital no DF sob forte esquema de segurança
Marcola ao telefone, enquanto fala com a esposa, durante visita dela à prisão
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Líder máximo do PCC, Marcola foi transferido para Brasília em 2023

Reprodução
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Agente do Gaep usa um dos fuzis IMBEL 7,62 Parafal durante transferência de Marcola para Brasília

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Marcola: líder do PCC é levado a hospital no DF sob forte esquema de segurança

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Marcola ao telefone, enquanto fala com a esposa, durante visita dela à prisão

Reprodução/ TV Globo

Ao STJ, os advogados do chefe do PCC dizem que a decisão de pronúncia – que aceitou a denúncia do Ministério Público contra Marcola e encaminhou o caso para o Tribunal do Júri – é nula. A defesa argumenta que o réu foi denunciado por sete homicídios, mas respondeu por oito assassinatos.

O relator do habeas corpus no STJ, ministro Reynaldo Soares da Fonseca, não conheceu o pedido da defesa de Marcola. Fonseca considerou decisão do TJ-SP, segundo a qual a denúncia citou a prática de homicídio doloso ‘por sete vezes’, mas descreveu fatos e nominou oito vítimas. Ou seja, houve “mero erro material”.

Agora, o habeas corpus será analisado pela Quinta Turma da Corte.

Marcola está preso atualmente na Penitenciária Federal de Brasília.

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