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Whindersson fatura, mas o boxe é injusto com os verdadeiros campeões

O medalhista olímpico Esquiva Falcão, que participou do Fight Music Show, pouco tempo atrás estava entregando pizza para sobreviver

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Reprodução/Twitter @esquivafalcao
esquiva falcão, boxe profissional
1 de 1 esquiva falcão, boxe profissional - Foto: Reprodução/Twitter @esquivafalcao

Por baixo, Whindersson Nunes e Acelino Popó ganharam mais de R$ 6 milhões pela luta que fizeram neste domingo (30/1). Ainda falta contabilizar o percentual a que têm direito pela venda de 200 mil cotas de pay per view, resultando em um lucro próximo de R$ 13 milhões.

Toda essa fartura de números expõe a vergonhosa situação dos verdadeiros campeões do boxe aqui no Brasil. Esquiva Falcão, por exemplo, atuou neste domingo numa das lutas preliminares e derrotou o ex-BBB Yuri Fernandes por nocaute.

“Fiquei muito emocionado. Olha o tanto de gente que me viu lutar. Há muito tempo eu não lutava no Brasil. Dei uma colher de chá para o Yuri. Eu maneirei, mas ele está de parabéns. O pessoal assistiu ao próximo campeão mundial do Brasil”, disse Esquiva, que sempre criticou esse tipo e evento com lutas de exibição.

Dois anos atrás, o medalhista olímpico nos Jogos de 2012 publicou em suas redes sociais que estava entregando mini pizzas feitas pela esposa, Suelen. Era só chamar, que o comprador receberia em casa as delícias e uma foto e autógrafo do lutador.

Não se sabe exatamente quanto Esquiva recebeu por participar do Fight Music Show, em Camboriú-SC, mas é certo que foi uma quantia infinitamente inferior à de Popó e Whindersson. Esta é a realidade dos verdadeiros lutadores de boxe do Brasil.

O campeão olímpico no Japão, Hebert Conceição, por exemplo, vive de um patrocínio do Esporte Clube Bahia que nunca será suficiente para torná-lo um atleta rico e independente. E ainda reclama de preconceito que  sofre por ser negro e pobre:

“Pratico boxe, uma modalidade discriminada e que muita gente não gosta, sou pobre e negro. São três coisas que pesam contra, infelizmente. Então a gente tem que fazer muito mais para conseguir reconhecimento. Quando a gente consegue alcançar certos tipos de locais, certos tipos de patamares, acho que muita gente se surpreende. Quando estou dando entrevista, as pessoas ficam surpresas porque eu consigo me expressar de maneira legal. Mas só por que sou boxeador, negro e pobre, eu não consigo me expressar? Muitas vezes me pergunto isso, porque as pessoas realmente ficam surpresas”, desabafou Hebert.

Como diria o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, é a vida como ela é.

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