O Fluminense estava voando no início da temporada, até que surgiu algo inesperado para tumultuar o ambiente do Tricolor: o anúncio da venda de Luiz Henrique para o Real Betis, da Espanha, por € 13 milhões de euros (R$ 70 milhões na cotação atual), considerado “preço de banana” pela maioria da torcida.

Queiram ou não, isso serviu para tumultuar o ambiente do vestiário. Tanto que respingou na atuação (e na eliminação) da equipe, que perdeu nos pênaltis para o Olimpia, do Paraguai.

O presidente Mário Bittencourt tentou justificar que o clube ficará com 15% dos direitos econômicos do jogador. Tudo bem, parece justo, mas o problema foi a inoportunidade do momento do anúncio da venda.

“Sei que as pessoas estão discutindo comparativos nas redes sociais: ‘Esse jogador foi vendido por A, esse foi comprado por B’… Existem vendas melhores que essa, existem vendas piores que essa, mas toda e qualquer venda depende sempre de valor de mercado e da situação e necessidade de quem está vendendo. A gente precisava fazer uma venda na janela do final de ano. Não conseguimos fazer essa venda, as últimas duas janelas foram as piores dos últimos cinco anos em razão da pandemia. Diante de tudo isso, a gente assinou um pré-acordo ainda em fevereiro, que previa a ida do atleta entre julho e agosto, e construímos uma operação financeira para ter o clube com a sua austeridade, credibilidade e estabilidade em dia”, disse o presidente, cheio de dedos.

Houve revolta da torcida e, com certeza, houve também uma inquietação no vestiário. O próprio Luiz Henrique, melhor em campo no primeiro jogo contra os paraguaios (fez um golaço no  Rio), esteve apagado na partida de Assunção.

Junte-se a isto a infelicidade do técnico Abel Braga. Montou o time na retranca e, quando precisou fazer substituições, tirou dois atacantes para encher o campo de volantes e defensores. O Fluminense claramente não queria ganhar.

Mereceu perder para o Olímpia, por culpa de erros da cartolagem e do técnico Abel Braga. E isso certamente poderá prejudicar a equipe nos jogos finais do Cariocão.

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