Racismo na Libertadores: os nossos vizinhos se acham superiores?
Essa onda intolerante que acontece nos estádios deve ser contida, e os agressores precisam ser punidos dentro do rigor da Lei
atualizado
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Estamos apenas na terceira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores da América e as agressões racistas a jogadores e torcedores brasileiros virou uma rotina.
Este ano já teve cenas de racismo da torcida do River contra Fortaleza; da torcida do Boca contra Corinthians; da torcida do Emelec contra Palmeiras; da torcida do Estudiantes contra RB Bragantino; e da torcida da Universidad Católica contra Flamengo.
Por que isso? Nossos vizinhos da América Latina se acham realmente seres humanos superiores? Minoria numérica em 18 dos 20 países que formam a região, os afro-latinos enfrentam situações de racismo cotidiano enquanto lutam para terem sua existência reconhecida por Estados que frequentemente os tratam como cidadãos de segunda classe.
“O que aconteceu na América Latina, particularmente na Argentina, foi um processo, a tentativa de criar uma nação branca, baseada na ideia de que uma nação eurocentrada, cujo perfil racial é branco ou embranquecido, é ideal para o progresso”, explicou recentemente o professor Flávio Thales Ribeiro Francisco, da Universidade Federal do ABC, em entrevista à Folha.
No futebol – até mais do que em qualquer outro esporte – a situação é inaceitável, a partir da constatação de que o melhor jogador de todos os tempos foi Pelé, certamente o homem negro mais famoso e conhecido do mundo.
Essa onda que tomou conta dos jogos da Libertadores da América precisa ser contida, e os agressores precisam ser punidos. Racismo é um crime inafiançável.
Vamos exigir que a Conmebol tome providências. A Libertadores da América é um torneio grande demais para ter o seu brilho apagado por esse show de horrores. É preciso por um fim nessa “liberdade à homofobia”.
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