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O português Abel Ferreira quer ensinar jornalismo à mídia brasileira

Técnico do Palmeiras admitiu que tem  “vergonha quando pessoas de Portugal me perguntam se quero continuar nesse futebol”

atualizado

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Staff Images / CONMEBOL
Abel Ferreira
1 de 1 Abel Ferreira - Foto: Staff Images / CONMEBOL

Assim que acabou o clássico Palmeiras 2 x 0 Santos, neste domingo (7/11), o técnico Abel Ferreira foi à sala de entrevistas preparado para mandar recados:

“O comportamento gera comportamento. Se queremos mudar a cultura esportiva do Brasil, eu tenho que melhorar, a imprensa tem que melhorar, a cultura e a mentalidade dos clubes têm que melhorar, os dirigentes têm que melhorar, os jogadores têm que melhorar… A imprensa tem que ver bem o que passa. Se semeia só ódio e violência, acha que vai colher amor, carinho e respeito ao adversário? Fico envergonhado quando vejo algumas imagens e pessoas de Portugal me perguntam se quero continuar nesse futebol”, disse o técnico palmeirense, antes de qualquer pergunta dos repórteres.

Como assim, cara pálida? Tem vergonha do Brasil? O português que desembarcou em nosso país em outubro de 2020 já se acha no direito de querer mudar a nossa cultura, o nosso comportamento, e até a linha editorial da mídia brasileira?

Parece que essa é uma das características dos treinadores portugueses: há um quê de arrogância no ar. Você se lembra de uma declaração do ex-flamenguista Jorge Jesus. Achando-se o próprio Charles Miler – o cara que trouxe o futebol para o Brasil, um século e meio atras – ele disse algo assim:

“Os jogadores brasileiros não conheciam tão bem o jogo sem bola. Que a tática é tão importante quanto a parte técnica. Foi preciso muito trabalho para fazê-los entender. Sem vaidade, isso começou a mudar depois da nossa passagem pelo Brasil”.

Difícil acreditar nessa petulância  do “mister”. Mas ele disse isso mesmo. Eu duvido que um técnico estrangeiro tenha a coragem de falar algo parecido em qualquer país da Europa. É preciso respeitar a casa alheia, os costumes e sobretudo a cultura locais.

José Mourinho, o mais famoso de todos os profissionais patrícios, quando estava no Chelsea da Inglaterra perdeu a paciência com os jornais sensacionalistas:

“Vocês não vão mais tirar de mim manchetes boas ou engraçadas. Vou tratar os seus chefes (jornalistas) como eles me tratam: sem respeito algum… Não estou falando sobre futebol, quanto a isso estou pronto para receber críticas, até as estúpidas. Mas vocês dão destaque à vida pessoal e eu não gosto disso. A partir de agora teremos uma relação profissional diferente”, disparou.

Observei dois detalhes nesse desabafo de Mourinho: 1)- A mídia é igual em todos os lugares do mundo, ninguém vai mudá-la; 2)-  Mourinho não sugeriu alterações na linha editorial dos jornais. Ele simplesmente falou que iria mudar o seu próprio comportamento. 

Parece mais sensato, né não? Um dia, talvez, o srs. Abel Ferreira e Jorge Jesus poderão até trabalhar na Premier League, um campeonato considerado “top de linha”. Mas que fiquem desde já avisados: não tentem fazer graça com o “The Sun”, ou com o “The Daily Telegraph”, porque a conversa será bem diferente.

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