Como noticiou o Metrópoles, sete clubes reuniram-se nesta terça-feira (3/5) e criaram a “Libra”, a Liga do Brasil. Por ordem alfabética, os signatários do documento são América-MG, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo.

Apesar do avanço, o acordo ainda não é coletivo e deve ganhar desdobramentos na quinta-feira da próxima semana (12/5), em novo encontro com participação, talvez, dos 40 clubes que compõem as Séries A e B, marcada para a sede da CBF, no Rio.

Existe chance desse movimento dar certo? Sim, existe, mas, a julgar por todas as outras tentativas que fracassaram, é uma possibilidade remota.

Não tem nada a ver com o pessimismo pessoal do colunista, nada disso. A questão é que todas as outras tentativas – muito mais por causa do enorme ego da maioria dos nossos cartolas – sucumbiram.

Relembre comigo: já tivemos a Copa União, em 1987, que até hoje rende bate-boca em torno do título nacional daquele ano. Afinal, foi Flamengo ou Sport Recife?

Depois inventaram a Copa João Havelange, competição organizada pelo Clube dos 13, com mais de 100 participantes (o Vasco foi campeão), mas não resistiu muito tempo.

Mais recentemente, em 2015, os clubes brasileiros se reuniram e criaram a Primeira Liga. Foi um torneio inusitado, porque teve começo e teve fim. Sem nada no meio. Deu para entender?

Foi uma coisa meio esquizofrênica, porque – por mais incrível que possa parecer – os próprios clubes fizeram essa Primeira Liga definhar, definhar e desaparecer.

A situação atual é diferente com a Libra? A maior diferença é a questão financeira. A promessa é de que a Libra terá receita anual de US$ 1 bilhão (R$ 4,98 bilhões na cotação atual), financiada pela empresa BTG Pactual. O valor será repartido entre os clubes participantes, mas a forma de distribuição dessa grana é motivo de discussão.

Tudo se resume à busca por um consenso. Basta dizer que, paralelamente a criação Libra, existe um outro movimento, denominado “Forte Futebol”, formado por Fortaleza, Ceará, Athletico, Goiás, Avaí, Atlético-GO, Juventude, Cuiabá e Coritiba. 

Esse grupo quer uma melhor divisão das receitas, dando mais peso a resultados e não somente a engajamentos. Hoje privilegia-se mais os clubes de maior torcida e os que conseguem atrair mais venda no  pay per view. 

Então, quando falamos que o dinheiro do BTG Pactual pode fazer a diferença, é de se esperar que cada um queira pegar uma fatia maior desse bolo.

Então é isso, meu caro torcedor: só Deus sabe o que vai acontecer daqui pra frente.

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