Neymar pai tenta passar a mesma imagem do pai das irmãs Williams

Não é apenas impressão, é um fato. Na série Neymar:  o Caos Perfeito, o pai de Neymar tenta o tempo todo passar a imagem de super gestor.
Isso de alguma forma chega a tirar o brilho e o foco do documentário. O homem briga o tempo inteiro por protagonismo. O Sr. Neymar domina os cenários e está quase sempre se vangloriando do business em volta do filho. Ele chega a contar, orgulhoso, como fez o primeiro milhão com o então garoto de 14 anos após sondagem do Real Madrid.

É inegável que o papel do pai de Neymar na condução e evolução de sua carreira, mas, após assistir aos primeiros capítulos da série da Netflix, ficou para mim a impressão de que o Sr. Neymar Santos estaria querendo comparar-se, por exemplo, a Richard Williams, o pai das irmãs Williams, também retratado em filme.

“Criando Campeãs” é uma obra incrivelmente inspiradora porque Richard planejou o sucesso das filhas antes mesmo de elas nascerem. É uma coisa tão incrível que, se fosse uma obra de ficção, não seria sequer verossímil.

Mas o pai de Neymar tem esse lado egocêntrico, vamos dizer assim. Outro dia escrevi aqui na coluna que ele não gosta de ser conhecido como “o pai de Neymar”, porque teria vida e personalidade próprias. Aí fui obrigado a relembrar uma historinha bem interessante, que, de alguma forma, também envolve o próprio filho dele.

Quando Neymar era apenas um dos “meninos da Vila”, junto com Gabigol (sim, começaram quase na mesma época), a estrela mais cintilante da base do Santos era outro. Era um certo Jean Chera, que, talvez por falta de um bom gestor, não conseguiu vingar. 

O pai dele provavelmente teria hoje um imenso orgulho de ser reconhecido no mundo apenas como o “pai do Chera”. Restaram-lhes o anonimato.

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