Não tem desculpa: o Flamengo fatura mais e joga menos que os outros
O Relatório Convocados XP: Finanças, História e Mercado do Futebol Brasileiro faz uma radiografia completa dos nosso clubes
atualizado
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A má fase técnica do Flamengo – atualmente em 14º lugar, a um ponto da zona de rebaixamento do Brasileirão – coincide com um dos momentos de maior fartura financeira do clube Rubro-Negro.
É o que mostra o “Relatório Convocados XP: Finanças, História e Mercado do Futebol Brasileiro”, que traz um raio-x das finanças dos principais clubes brasileiros,.
O documento da XP, ao qual a coluna Futebol Etc teve acesso, é um calhamaço de 229 páginas , e mostra que as receitas totais dos times de futebol da Série A do Campeonato Brasileiro fecharam a temporada de 2021 em R$ 6,6 bilhões, crescimento de 1% em relação a 2019, último ano antes da pandemia.
Por que cresceu tão pouco? A explicação é dada por uma série de fatores, como a pouca receita com bilheteria e também pela diminuição no número de sócios torcedores. Outro destaque também é a venda de atletas, que vem caindo ano após ano.
A maior fonte de receitas vem dos Direitos de Transmissão (R$ 3,47 bilhões), que estão associados às premiações da Copa do Brasil e Libertadores de 2020, pagas em 2021, além do acúmulo de dois Mundiais de Clubes da Fifa e da premiação do Campeonato Brasileiro.
O Flamengo é o primeiro colocado, com pouco mais de R$ 1 bilhão de faturamento, seguido pelo Palmeiras com R$ 911 milhões. Juntos, eles obtiveram quase 30% das receitas dos clubes brasileiros nesse período. O Flamengo registrou crescimento importante de publicidade, enquanto o Verdão teve forte impacto nas receitas por conta da performance em campo, com duas conquistas da Libertadores e o título da Copa do Brasil de 2020.
No que se refere a receitas recorrentes – que excluem as negociações de atletas – a principal divisão do futebol brasileiro arrecadou R$ 5,8 bilhões, crescimento de 8,7% sobre 2019.
O valor, apesar de ser positivo por indicar crescimento, também é um alerta aos clubes: as receitas com negociação de atletas estão mudando e cada vez menos serão a tábua de salvação para quem estiver em dificuldade.
O Relatório Convocados XP: Finanças, História e Mercado do Futebol Brasileiro é um dos documentos mais completos já elaborados sobre a situação financeira dos nossos clubes. E revela, entre outras coisas, que, no ano de 2021, a pirâmide competitiva mudou. A ideia de que temos 12 clubes grandes e prontos a competir pelo título ficou para trás.
Hoje, quem ganha mais dinheiro tem mais chances de brigar por títulos. Com a exceção do Flamengo, naturalmente.
Números & números
- As receitas totais da Série A somaram R$ 6,6 bilhões em 2021;
- Somente com salários, os custos foram de R$ 3,2 bilhões na Série A em 2021;
- As dívidas dos clubes da Série A fecharam 2021 em R$ 8,9 bilhões;
- As receitas totais da Série B somaram R$ 900 milhões em 2021;
- As maiores dívidas líquidas são do Atlético-MG (R$ 1,3 bilhão), Corinthians (R$ 963 milhões), Cruzeiro (R$ 723 milhões), Vasco (R$ 710 milhões) e São Paulo (R$ 632 milhões);
- 75% das pessoas têm no futebol seu esporte predileto; o Brasileirão é a competição favorita;
- Em 2021, o país teve 672 times disputando alguma competição profissional, alta de 17%;
- As maiores torcidas do país em 2022 são do Flamengo (24%), Corinthians (18%), São Paulo (11,5%), Palmeiras (9,8%), Grêmio (4,7%) e Vasco (4,1%);
- Cruzeiro e Flamengo têm as torcidas mais jovens; Santos e Fluminense têm as torcidas mais velhas;
- As competições preferidas são o Campeonato Brasileiro (60%), a Libertadores (58%), a Copa do Brasil (57%) e a Copa do Mundo (54%).
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