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Não olhe para baixo, Pelé: o Rei foi embora triste com a Seleção

Poucos dias após ver o Brasil passar vexame na Copa do Catar, o Rei Pelé nos deixou órfãos. O planeta bola está irremediavelmente abalado

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1 de 1 gettyimages-1447018620-612×612 - Foto: Michael Steele/Getty Images

O futebol deve, no mínimo, 90 minutos de silêncio pela morte do Rei Pelé. Era algo que já se esperava, porque o seu organismo foi tomado pelo câncer e não havia mais o que fazer.

O futebol, que sofreu um baque com a morte de Diego Maradona, em novembro de 2020, agora vê a partida do maior de todos os tempos.

Não! Não é hora de fazer comparações. Quem teve a sorte e o privilégio de ver Pelé jogar, não aceita nem provocações desse tipo. Pelé é simplesmente incomparável.

Pelé e Maradona certamente já estão juntos no paraíso, compartilhando a paz eterna com muito talento, como aconteceu num inusitado encontro na TV argentina, em 2005.

Era a estreia de Dieguito como apresentador, no ‘A noite do 10’. No palco, trocaram elogios, com direito ao argentino chamando o brasileiro de “rei”. Relembraram episódios da carreira como atletas, trocaram camisas autografadas e fizeram embaixadinhas com cabeceios no fim, divertindo os espectadores.

Pertinho do Rei

Lembro perfeitamente o dia em que cheguei bem próximo de Pelé. Foi em 31 de outubro de 1990, em Milão, na Itália, num jogo festivo entre a Seleção Brasileira e o combinado do Resto do Mundo, em comemoração aos 50 anos do rei.

O técnico da Seleção Brasileira era Paulo Roberto Falcão. Outro dia ele relembrou detalhes desse evento:

“Mesmo com 50 anos, a capacidade dele dentro de campo não tinha mudado. Quem sabe futebol não perde o olhar, a interpretação de jogo… Ele voltou a incorporar com uma naturalidade a camisa da Seleção, tentou jogadas, deu dribles”, disse Falcão.

Eu estava lá, no Estádio San Siro de Milão, para fazer a cobertura daquela festa, e lembro o quanto fiquei chateado com um conterrâneo, o paraibano Rinaldo, na época ponta-esquerda, do Fluminense.

A certa altura do jogo, o grito de gol ficou preso na garganta de quem queria ver Pelé balançar as redes. Rinaldo, revelado pelo Campinense, teve a chance de acionar o rei, mas, bisonhamente, optou por finalizar e a bola foi para fora.

O time inteiro teve vontade de esganá-lo. Os jornalistas presentes no San Siro (inclusive este locutor que vos fala), idem. O jogo terminou 2 x 1 pra eles.

Pelé deu lugar a Neto, aos 43 minutos do primeiro tempo, quando a Seleção perdia por 1 x 0. Sim, ele mesmo, o Craque Neto, hoje comentarista da Band, que era o camisa 10 e a estrela do Corinthians.

Em outro momento em que estive ao lado do Rei, foi em Brasília, nos anos 1990, na casa do jornalista Ricardo Noblat – na época diretor de redação do Correio, hoje colunista aqui do Metrópoles. Reunimos Pelé e Nilton Santos para uma super-entrevista que rendeu caderno especial.

Nilton Santos, a Enciclopédia, e o Rei Pelé

Imagine o privilégio de ouvir, descontraidamente, esse diálogo entre o Rei e a Enciclopédia:

– Você lembra de um lençol que te dei num Botafogo x Santos no Maracanã? – provocou Nilson Santos.

– Lembro, mas acho que foi sem querer, viu? – rebateu Pelé, como se estivesse numa “resenha” de colegas da 5ª série, durante uma pelada no pátio da escola.

Mais recentemente, pouco antes da pandemia, levei um amigo, jornalista italiano, para conhecer o Museu Pelé, em Santos, que guarda e eterniza a obra imortalizada do rei. É um programa que recomendo para quem gosta de futebol.

Agora Pelé está no céu. Ele foi embora triste com mais um fracasso da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo. A sensação que estamos sentindo neste momento é que, sem o nosso Rei, jamais seremos os mesmos.

Não olhe para baixo, Pelé! 

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