Na China, cartola será responsabilizado por dívida de time de futebol
Outros países também podem seguir esse exemplo. E se a moda pegar e chegar ao Brasil?
atualizado
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Uma notícia que surpreendeu o mercado financeiro internacional pode impactar também no mundo do futebol. A Folha informa que o governo da China vai obrigar o bilionário Hui Ka Yan a usar seu patrimônio pessoal a fim de aliviar a dívida da gigante do setor imobiliário chinês, a Evergrande. A diretriz do governo ao fundador da Evergrande foi comunicada após a empresa não ter cumprido o prazo inicial de 23 de setembro para o pagamento de juros sobre títulos emitidos no exterior.
O que isso tem a ver com o futebol? A Evergrande é dona também do Guangzhou FC, maior campeão da Superliga chinesa e destino de vários jogadores brasileiros. Em uma década, o Guangzhou Evergrande ganhou oito vezes o Campeonato Chinês, foi bicampeão da Ásia e chegou a enfrentar Bayern de Munique e Barcelona no Mundial de Clubes.
A mídia local calcula que o prejuízo anual do Guangzhou FC seja de até US$ 310 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão). O precedente que se abre na China pode ser seguido por outros países.
É o caso, por exemplo, do FC Barcelona. Depois de não conseguir viabilizar a permanência do ídolo Lionel Messi, o clube espanhol teve seus problemas financeiros escancarados. E o presidente Joan Laporta, que assumiu em março, resolveu detalhar a situação econômica do clube, destacando que a dívida total atingiu a soma de € 1,3 bilhão (aproximadamente R$ 8,4 bilhões).
Quem paga essa conta? Laporta quer responsabilizar Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu, os últimos a sentarem na cadeira de presidente, mas esquece talvez que ele próprio foi antecessor dessa dupla, no período 2006/2010.
E se essa moda pegar e chegar ao Brasil, teremos provavelmente um batalhão de cartolas que precisarão explicar as dívidas dos 20 maiores clubes País, segundo estudo da consultoria “Sportsvalue”. Por essas bandas, alguns clubes quanto mais devem, mais gastam.
O ranking das dívidas no Brasil
1 – Atlético-MG: R$ 1,2 bilhão
2 – Cruzeiro: R$ 962,5 milhões
3 – Corinthians: R$ 949,2 milhões
4 – Botafogo: R$ 946,2 milhões
5 – Internacional: R$ 882,9 milhões
6 – Vasco: R$ 830,6 milhões
7 – Flamengo: R$ 680,8 milhões
8 – Fluminense: R$ 649,1 milhões
9 – São Paulo: R$ 575,1 milhões
10 – Palmeiras: R$ 565,2 milhões
11 – Santos: R$ 539,7 milhões
12 – Grêmio: R$ 396,1 milhões
13 – Coritiba: R$ 299,5 milhões
14 – Bahia: R$ 267,9 milhões
15 – Athletico-PR: R$ 200,3 milhões
16 – Red Bull Bragantino: R$ 144 milhões
17 – Goiás: R$ 60,4 milhões
18 – Fortaleza: R$ 38 milhões
19 – Atlético-GO: R$ 33,3 milhões
20 – Ceará: R$ 26,5 milhões