Mídia: quem vai ganhar dinheiro e quem vai ter prejuízo na Copa
Globo e Band preparam estruturas para a cobertura dos jogos na TV e no rádio, e fazem as contas para avaliar o resultado financeiro
atualizado
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Desde o começo do ano, a Globo vem tentando absorver a ideia de que a cobertura da Copa do Mundo do Catar será uma operação deficitária. Os planos são ambiciosos, mas, na planilha que confronta receita x despesa, as contas simplesmente não fecham.
O grupo detém os direitos de transmissão em TV aberta e fechada, com jogos na Globo e no Sportv, e planeja uma cobertura de aproximadamente 300 horas, exibida em seus canais das 6h à meia noite – com conteúdo no Globoplay, e cobertura completa na plataforma on-line.
Mesmo tendo vendido mais de R$ 1 bilhão de publicidade, a Globo admite que a operação será deficitária e que isso vai impactar no Ebitda do grupo ao final do exercício 2022.
Foram vendidas várias cotas de patrocínios para a TV aberta (Itaú, Claro, Ambev e Magazine Luiza); e para o SporTV (Ambev, Claro, Betfair e Nubank), mas, em junho último, numa live interna para diretores do primeiro escalão, o diretor de finanças Manuel Belmar advertiu que as contas não vão fechar, principalmente por causa dos custos que a emissora terá nos três últimos meses do ano com a cobertura do Mundial.
O problema é que a operacionalização de um evento como a Copa do Mundo tornou-se muito dispendiosa. Mais de 100 profissionais serão enviados ao Catar para cobertura in loco. No Brasil, ficam várias equipes nos estúdios, viabilizando as transmissões.
Some-se a isto, a dívida de uma parcela de 30 milhões de dólares (cerca de R$ 155 milhões) não paga à Fifa em 2020, no auge da pandemia, e que chegou a ser discutida judicialmente.
Em resumo, a Globo vai faturar mais de R$ 1 bilhão com patrocínios da Copa, mas poderá ganhar muito menos dinheiro do que previa.
Enquanto isso, na Band…
O Grupo Bandeirantes, embora não possa exibir imagens dos jogos da Copa, vai produzir conteúdo por meio das suas emissoras de rádio. As rádios Bandeirantes, BandNews FM, Band FM, Nativa e Play FM prometem uma cobertura gigantesca, gastando muito menos do que em transmissões de TV, e vêm trabalhando para conseguir um faturamento recorde.
Se conseguir negociar todas as cotas – num pacote comercial crossmedia que envolve entrega também na TV aberta – o faturamento poderá chegar a R$ 150 milhões.
Denis Gavazzi, diretor de esportes, explica que “a campanha de comunicação vai integrar todas as plataformas de mídia (TV, rádios, digital) e mídia exterior. Além disso, faremos ações diferenciadas de conteúdo entre os programas”, planeja.
A Band prepara entregas com quadros como Histórias da Copa, Contagem Regressiva e Figurinha Carimbada. No dial, a participação de ouvintes, ativação de blitz em locais específicos e ações direcionadas ao público da rádio e patrocinadores também fazem parte dos planos.
Com custos infinitamente menores do que os da Globo, o fato é que, ao final da Copa do Catar, o Grupo Band poderá atingir um resultado financeiro muito melhor do que a concorrente.
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