Gama x Brasiliense, a irresponsabilidade de deixar o jogo acontecer
O árbitro Sávio Sampaio e o presidente Daniel Vasconcelos seriam os responsáveis pela tragédia que, por pouco, não aconteceu
atualizado
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O tumulto provocado pela torcida do Gama no jogo desta quarta-feira (26/1), na segunda rodada do Candangão, foi como a crônica de uma tragédia anunciada, porque, desde antes de a partida começar, a Federação do Distrito Federal e o árbitro Sávio Sampaio sabiam que não haveria policiamento nas arquibancadas.
Há um histórico de conflitos entre torcedores dos grandes centros e, particularmente em Brasília, entre os aficionados de Gama e Brasiliense. Por óbvio, sempre tomaram-se cuidados preventivos antes dos confrontos entre essas duas equipes. Ontem, no entanto, esses cuidados foram irresponsavelmente relaxados.
Ouvido pelo Metrópoles, o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Daniel Vasconcelos, admitiu que foi informado sobre a ausência de policiamento adequado para evitar conflitos entre torcedores:
“A Polícia Militar nos comunicou que daria segurança apenas no gramado, especialmente aos árbitros e jogadores. Contratamos segurança particular para as arquibancadas, mas infelizmente não foi o suficiente para conter as torcidas organizadas”, disse Daniel Vasconcelos.
Caberia ao árbitro Sávio Sampaio a decisão de suspender a realização da partida, antes do seu início, por absoluta falta de segurança para o público pagante, valendo ressaltar o cinismo da sua postura: ele tinha a proteção dos policiais, mas os torcedores, não.
Poderia ter acontecido uma tragédia no Estádio Mané Garrincha, tamanha a fúria da torcida do Gama, que atravessou todo o anel de arquibancadas para, deliberadamente, atacar e agredir os torcedores do Brasiliense.
Esse tipo de comportamento violento das organizadas é apontado como um dos principais motivos para muitas pessoas, muitas famílias, não irem aos estádios de futebol.
Pouco tempo atrás, os ministérios da Justiça e do Esporte lançaram o Guia de Recomendações para Atuação das Forças de Segurança Pública em Praças Desportivas, que traz uma padronização para a ação das autoridades policiais em eventos esportivos.
De acordo com o guia, caberá à Polícia Militar, entre outras atribuições, realizar a vistoria preliminar de segurança, verificar se a segurança privada está em número adequado em relação à totalidade de espectadores, manter o policiamento do local do evento, coibir a atuação de flanelinhas e cambistas e acompanhar os torcedores e seus deslocamentos na chegada e na saída.
Foi exatamente o que não aconteceu na noite dessa quarta-feira. Por pouco, por muito pouco o lamentável episódio do Estádio Mané Garrincha não terminou em tragédia.
Haverá punição para os responsáveis?
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