Galvão desabafa: “Meu time inteiro foi para a Band e eu fiquei só”
Na véspera de fazer a sua última narração na Globo, maior estrela do jornalismo esportivo sustenta que não vai se aposentar
atualizado
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Galvão Bueno vai se aposentar. Galvão Bueno desiste de se aposentar. Você já viu esse filme e ele ainda está em cartaz. O narrador da Globo, numa entrevista à revista Veja, contrariando todas as previsões de que vai se aposentar, voltou a dizer que a carreira segue – talvez sem narrações em TV aberta, mas o jogo segue.
Anotei alguns tópicos interessantes nessa longa entrevista de Galvão Bueno e, para mim, uma das frases mais impactantes foi esta: “Meu time inteiro foi para a Band transmitir a Fórmula 1 e eu fiquei só”. Soou como uma espécie de lamento; algo que certamente contribuiu (e muito) para ele dar uma “virada de página”.
A seguir, alguns trechos da entrevista do narrador global.
Sobre “pendurar as chuteiras”
“Na verdade, vou virar uma página, mas o livro continua aberto. Eu paro de fazer narrações em TV aberta e isso é definitivo. Meu último jogo será a final da Copa do Catar, que espero ter a presença da Seleção Brasileira. Mas não vou me aposentar”.
Outra emissora, não
“O que posso garantir é que não vou para nenhuma outra emissora, embora tenha tido propostas… Meu time inteiro foi para a Band transmitir a Fórmula 1 e eu fiquei. O fato é que a Globo é a minha casa. Me dou ao direito até de me sentir um pouco parte da família Marinho”.
A final da Copa
“Tenho a sensação de que vão preparar alguma surpresa (na sua última narração). É claro que vou me emocionar e seguramente chorar. Mas não planejei nada, vou falar com o coração”.
Ninguém é igual a mim…
“Me perguntam muito se vai ter um novo Galvão. Respondo que não, eu fazia coisa demais, do Campeonato Paulista à Fórmula 1. Mas não faltariam nomes. Vários profissionais da Globo, como o Luís Roberto e Cléber Machado, são narradores esportivos e não meros locutores de futebol”.
A revolução do YouTube
“Tudo mudou depois do YouTube e das redes sociais, principalmente no mundo das comunicações. Se alguém está fazendo diferente e tendo sucesso, mesmo sem dominar os fundamentos técnicos de uma transmissão, acho bacana”.
Cala a boca, Galvão
“O meu amigo Ayrton Senna me chamava de papagaio. Nunca entendi bem o motivo… Teve um cara de um site de humor que fez um vídeo dizendo que Galvão era um pássaro em extinção e a fake news foi parar na capa do jornal espanhol El País. Até a Madonna tuitou Save the Galvão Bird. Essa eu confesso que me assustou”.
O hexa vem?
“Estou muito otimista. Temos uma geração de jovens jogadores de ataque que não se via fazia tempo no Brasil: Raphinha, Antony, Vini Jr. e o Pedro, que é o nosso Lewandowski. E temos bons goleiros, uma bela dupla de zaga, com Marquinhos e Thiago Silva, e Neymar para tocar a bola para essa garotada que está voando”.
E sobre Neymar
“Em 2014, ele saiu com uma fratura na coluna e, em 2018, estava se recuperando de outra no pé. Chegou aos meus ouvidos que, após a eliminação para a Bélgica, ele disse ao Tite que o resultado seria outro se estivesse bem fisicamente. Neymar está fazendo um excelente início de temporada na França e tem potencial para ser o melhor jogador da Copa. Torço muito para que isso aconteça”.
Posição política
“Tive alguns convites (para se candidatar), mas jamais pensei em me tornar político. Agora, tenho minhas convicções. Na juventude, participei ativamente do movimento estudantil e sei o que foram o golpe de 1964 e a ditadura militar. Sou um democrata e, como tal, fico triste com essa polarização política atual”.
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