Está provado que Paulo Nobre é muito mais palmeirense do que a Crefisa
Empresa de crédito pessoal renovou contrato por 3 anos, mas admite que arrependeu-se de ter emprestado dinheiro ao clube
atualizado
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“A Crefisa já injetou no Palmeiras mais de R$ 1 bilhão entre patrocínio e prêmios… A Crefisa não vai mais emprestar dinheiro ao clube. Eu me arrependo”, a frase é de José Roberto Lamacchia, o dono da Crefisa, em entrevista ao Blog do PVC, no G1.
Há uma série de contradições na fala do sr. Lamacchia ao jornalista Paulo Vinícius Coelho. Primeiro ele admite que, apesar de arrependido, ja renovou o patrocínio com o clube por mais três anos. Mais adiante ele diz que não haverá conflito de interesses no fato de Leila Pinheiro, a presidente financeira do grupo, acumular também a presidência do Palmeiras, a partir de dezembro. PVC acha que sim. Esta coluna concorda com o jornalista.
Entre 2016 e 2017, a Crefisa fez aportes financeiros para contratar jogadores ou ampliar contratos de atletas como Borja, Vítor Hugo, Guerra e Dudu. Ao todo, foram R$ 170 milhões. O arrependimento, pelo que pude deduzir, está nesse item de contratações/empréstimos.
O que mais me intriga é saber que uma instituição financeira – seja ela qual for – não costuma “rasgar dinheiro”, pelo contrário. Se o Palmeiras não estivesse dando retorno, a Crefisa fatalmente cairia fora. Então, ao meu ver, esse discurso de arrependimento não corresponde com a realidade. O que o Palmeiras dá de visibilidade à Crefisa simplesmente não tem dinheiro que pague.
Mais Nobre foi o Paulo
Pensando bem, o ex-presidente Paulo Nobre foi o único que pôs dinheiro no Palmeiras sem exigir uma contrapartida de marketing. Palmeirense roxo, durante quatro anos, Nobre bancou o clube com o próprio bolso: foram entre R$ 150 e R$ 200 milhões em empréstimos pessoais, que foram ressarcidos, diga-se, mas com juros bem abaixo do mercado.
Paulo Nobre foi eleito presidente do Palmeiras em janeiro de 2013 e reeleito em 2015. Quando assumiu o cargo, o time acabara de ser rebaixado para a Série B do Brasileirão, com uma dívida perto dos R$ 300 milhões. Em 2016, passou o bastão para Maurício Galiotte com o clube rentável financeiramente e, o que é mais importante, com o título de campeão brasileiro. Não é pouca coisa, não.
“Eu queria ser jogador do Palmeiras, como o Evair, e depois presidente. O que mais me orgulho foi resgatar a credibilidade do Palmeiras com a torcida. Modéstia à parte, a autoestima do palmeirense voltou com a minha gestão”, ressalta Paulo Nobre, sem nunca demonstrar um pingo de arrependimento. Atualmente, ele não tem mais diálogo com Galiotte, muito menos com a futura presidente Leila Pereira.