Especialista critica a ausência de um psicólogo na Seleção Brasileira
Ouvimos o psiquiatra Thales Marcon Almeida, pesquisador do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa-SP
atualizado
Compartilhar notícia
Ao contrário de seleções importantes, como França, atual campeã do mundo, Alemanha e Holanda, o Brasil não contará com um psicólogo em sua delegação durante o período da Copa do Catar.
A coluna Futebol Etc conversou com o psiquiatra Thales Marcon Almeida, pesquisador do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, para saber se a nossa Seleção está no caminho certo:
“Eu acho que o psicólogo já deveria fazer parte da Seleção. Eu não sei se eles têm ou não, mas o ideal seria um psicólogo que estivesse desde o começo do trabalho; desde as eliminatórias, para que esse profissional fosse conhecendo os atletas, criando um vínculo com eles para poder auxiliar na Copa. O processo de terapia é muito no vínculo, do atleta com o profissional, para que se estabeleça uma confiança. Certamente seria mais efetivo do que se entrasse alguém agora para trabalhar com o grupo”, disse o especialista.
Em sua segunda Copa do Mundo no comando da Seleção Brasileira, o técnico Tite decidiu repetir a estratégia adotada na Rússia e não incluiu um psicólogo na delegação que viajou ao Catar.
Tite não é psicólogo, mas acha que pode motivar os seus jogadores com frases de autoajuda que foram estampadas nas paredes do hotel em que a Seleção está concentrada no Catar.
Frases do tipo: “Mentalidade forte”, “Confiança não se pega e se solta quando se quer”, estão por toda a parte, em letras amarelas, com fundo verde.
“Essas frases de autoajuda são utilizadas em equipes, empresas, times… O objetivo, me parece, é criar um senso de união comum. Se isso vai ajudar, não sei. Penso em um atleta que foi convocado para disputar o torneio mais importante do mundo, representando mais de 200 milhões de habitantes, em tese, esse atleta não precisa se frases de motivação. Só o fato de disputar uma Copa do Mundo já é o suficiente para ele estar motivado”, contesta o psiquiatra Thales Almeida.
Ele entende que o trabalho psicológico deveria ocorrer antes das convocações e, depois que os atletas estiverem convocados, poderia ser realizado um trabalho de grupo, online, criando uma afinidade como elenco:
“Cada vez mais essa abordagem multidisciplinar acaba levando a melhores resultados, ainda mais esses atletas que estão sempre no limite de pressão, sempre se exige a busca por resultados. É nesse sentido que me parece muito importante o acompanhamento psicológico”, complementa.
Para acompanhar as atualizações da coluna, siga o “Futebol Etc” no Twitter; e também no Instagram.
Quer ficar por dentro de tudo que rola no mundo dos esportes e receber as notícias direto no seu celular? Entre no canal do Metrópoles no Telegram e não deixe de nos seguir também no Instagram!