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Entenda o “peitaço” que os clubes estão dando no ministro da Fazenda

Cartolas estão incomodados com a proposta de regulamentação das apostas esportivas virtuais

atualizado

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Ministros da Fazenda Fernando Haddad com luz vermelha proximo ao rosto - metrópoles
1 de 1 Ministros da Fazenda Fernando Haddad com luz vermelha proximo ao rosto - metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Os oito principais clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo decidiram dar um “peitaço” no Governo Federal, incomodados com a proposta de regulamentação das apostas esportivas virtuais.

Uma nota pública, assinada por cartolas de São Paulo, Flamengo, Corinthians, Vasco, Fluminense, Botafogo, Palmeiras e Santos, posiciona-se contra a Medida Provisória, da Lei nº 13.756/2018, que visa taxar as casas de apostas “Bets”.

“Os Grandes Clubes do Eixo RJ x SP vêm, pela presente, vem postular participação direta nos debates, confiando que o Poder Executivo e, posteriormente, o Poder Legislativo, irão adotar todas as cautelas necessárias, permitindo uma ampla participação dos Clubes de Futebol do Brasil nessa relevante e valorosa discussão”, diz um trecho da nota.

A regulamentação das apostas esportivas virtuais é uma das estratégias do ministro da Fazenda Fernando Haddad para garantir o funcionamento do novo arcabouço fiscal, sem aumentar impostos. O governo estima arrecadar até R$ 15 bilhões com a taxação dos sites de apostas.

“É imprescindível que os clubes de futebol tenham participação direta nas discussões legislativas que envolvam a regulamentação da atividade das empresas de aposta eletrônica, permitindo-se que se posicionem de forma clara e pública acerca do que entendem justo e correto no tocante à referida regulamentação, visto que ninguém está autorizado a lhes representar nesse debate”, complementa a nota dos clubes.

O que há por trás disso

Toda atividade econômica em nosso país paga imposto; da microempresa aos bancos; do dono de uma carroça de cachorro quente ao mega-empresário.

A rigor, esses cartolas querem que as  chamadas “bets” – invariavelmente sediadas no exterior, sem gerar empregos diretos no Brasil –  continuem faturando, lucrando e, claro, patrocinando os clubes de futebol, sem serem infortunadas pelo Fisco.

Em resumo, os clubes se juntaram para defender os interesses de um segmento que passou a ser o maior investidor do futebol brasileiro. Como já mostramos aqui, dos 20 times da série A, 19 são patrocinados por casas de apostas eletrônicas.

Amanhã ou depois de amanhã, se o governo ceder às pressões, esses clubes vão se achar no direito de interferir em decisões e/ou projetos de leis que atinjam, por exemplo, o sistema bancário. Alguns também são patrocinados por estabelecimentos financeiros.

E olha que estamos falando de instituições esportivas que, juntas – de acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) – devem bilhões à União.

As dívidas de cada um
  • Corinthians – R$ 928 milhões
  • Botafogo – R$ 863 milhões
  • Vasco – R$ 710 milhões
  • Fluminense – R$ 664 milhões
  • São Paulo – R$ 642 milhões
  • Santos – R$ 509 milhões
  • Palmeiras – R$ 434 milhões
  • Flamengo R$ 323 milhões

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