E na altitude da Libertadores, o “buraco” é mais embaixo
Logo na estreia, faltou oxigênio para Flamengo, Palmeiras e River Plate, três dos principais candidatos ao título do torneio sul-americano
atualizado
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Nessa primeira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores da América, dois favoritos ao título foram obrigados a cair na real: jogar na altitude não é para qualquer um.
Na terça-feira (4/4), o River Plate sucumbiu à altitude de 3.637 metros da cidade de La Paz, na Bolívia, perdendo de 3 x 1 para o The Strongest.
Depois foi a vez do Flamengo e Palmeiras, na quarta-feira (5/4). Com uma atuação lamentável contra o Aucas, 10º colocado do campeonato do Equador e estreante em Libertadores. Houve momentos em que os jogadores brasileiros davam a impressão de que apenas se arrastavam em campo. A 2.850 m, claramente faltou oxigênio.
E o Palmeiras, que também saiu na frente no placar, foi aos poucos perdendo o “gás”, até permitir a virada do Bolivar, na altitude de 3.600 m de La Paz. Foi um Deus nos acuda.
O fato é que, mais uma vez se comprova que jogar na altitude é uma insanidade. Quando tentam comparar o nível técnico da Libertadores com o da Champions League, há sempre alguém que faz esse lembrete: “Queria ver Real e Barça jogando a 3 mil metros acima do nível do mar”.
Lembro quando estive em Quito, a trabalho, uma década atrás, e tive muita dificuldade de gravar áudios para a Band FM. Em poucos minutos ficava ofegante. Vi pessoas que estavam comigo, do nada, sangrando pela boca e nariz. É um terror!
Vale lembrar que, em 2007, a Fifa decidiu vetar a realização de partidas internacionais em locais acima dos 2.500 m de altitude, por considerar desumano e desleal.
Houve uma pressão infernal e, menos de um ano depois, em 2008, a entidade suspendeu o veto, até que se conheçam os resultados completos de um estudo feito sobre a prática do futebol em condições extremas de temperatura, umidade e altura.
Nunca mais ninguém tratou do assunto. Isso tira voto nas eleições da Fifa e da Conmebol.
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