É descabido Casagrande falar em “panela” de Tite na Seleção
É preciso relembrar uma história da época em que Casão jogava na Seleção para derrubar o seu argumento conspiratório
atualizado
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O ex-jogador Casagrande, hoje comentarista da Globo, foi impiedoso com Tite, acusando-o de criar uma espécie de “panela” na Seleção:
“Daniel Alves e Arthur não merecem uma convocação. Deixar fora Danilo (o do Palmeiras), Raphael Veiga, Gabriel Barbosa e Hulk é uma grande injustiça. E outra: espero que o Tite não tenha chamado o Martinelli só para ele não poder mais ser convocado pela seleção italiana e atrapalhar a vida profissional dele”, afirmou.
Não discordo de Casagrande em relação a alguns nomes, mas penso diferente sobre essa possível “panela” dentro da Seleção. Casão é ex-jogador e sabe como funciona as escolhas de um treinador.
Na minha opinião, tudo é uma questão de confiança. O sujeito que está ali, com a missão de montar o time, nunca vai agradar a todos. Se ele por exemplo confia em Daniel Alves e Phillippe Coutinho será uma responsabilidade dele.
O técnico da Seleção Brasileira é muitíssimo bem pago para tomar decisões — e arcar com as consequências, evidentemente. Ele não tem que dar ouvidos a Casagrande ou a qualquer outro comentarista.
Eu lembro de um caso que aconteceu na Copa de 1986, no México (Casagrande estava lá, era reserva de Careca e Muller). O técnico Telê Santana resolveu escalar o apenas esforçado volante Elzo no lugar de Falcão, o Rei de Roma, lembra disso, Casão?
Podemos dizer então que Telê também tinha a sua panelinha na Seleção? Em respeito a um dos melhores treinadores do nosso futebol, diria que não. Naquele momento, Telê precisava da força física de Elzo. Falcão não se prestaria àquele serviço de volante de marcação. Era igualmente uma questão de confiança do treinador.
Então, acho até meio leviano da parte de Casagrande fazer esse tipo de acusação a Tite. Qualquer um pode achar que o técnico da Seleção é incompetente, mas ao dizer que existe uma “panela”, pressupõe uma tramoia, um acordo para fins indignos.
Menos, Casagrande, menos.
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