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Documentário da Netflix mostra a sórdida história dos cartolas da Fifa

Série revela os bastidores da compra de votos de federações africanas, que garantiram na Fifa a candidatura do Catar para sediar a Copa

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1 de 1 catar - Foto: Reprodução/Montagem

Fifa Uncovered é um novo documentário lançado pela Netflix que mergulha  no submundo da Fifa, nas origens da organização e rastreiam alguns de seus maiores crimes e malfeitos.

Os escândalos da Fifa provavelmente são familiares para todos nós. Os negócios questionáveis ​​​​da organização são manchetes há anos. E, como sabemos, teve a participação de “atores” brasileiros – alguns deles condenados e presos pelas autoridades internacionais.

Fifa Uncovered lança uma luz sobre o mundo da política, corrupção e poder, desde que os escândalos eclodiram sobre a Copa do Mundo no Catar e como essa grande competição foi designada para ocorrer lá.

Corrupção dentro da Fifa

Certamente é um daqueles documentários que muitos vão querer assistir e lançar um pequeno olhar sobre o cume do poder, da ambição e, principalmente, da corrupção dentro da organização.

A poucos dias do início da Copa do Mundo, conhecemos alguns detalhes de como funcionou o mecanismo para que o evento fosse confirmado no Catar, um pais cercado por violações de direitos humanos, sem nenhuma tradição futebolística e com muitas acusações de corrupção.

O jornal britânico The Sun, respaldado pelo documentário Netflix, entrevistou Phaedra Almajid, responsável pela comunicação da candidatura do Catar, e faz acusações gravíssimas de suborno contra dirigentes africanos que votaram a favor da candidatura do seu pais.

A reportagem mostra que Issa Hayatou, de Camarões; Jacques Anouma, da Costa do Marfim; e Amos Adamu, da Nigéria, receberam 2,3 milhões de dólares australianos por seus votos.

A concorrência

 O Catar enfrentou países como Austrália, Japão, Coreia do Sul e EUA por sua candidatura à Copa do Mundo de 2022. Almajid alega que Hassan Al Thawadi, que liderou a candidatura, ofereceu uma grande quantia aos chefes do futebol africano para garantir seu voto.

No relato, há detalhes de como se deram as negociações pelo voto. Hassan ofereceu a Hayatou 1 milhão de dólares para a federação de futebol de Camarões, em troca do seu apoio.

 “Lembro-me de apenas ele responder com risos, e dizer que não era suficiente, e então o preço foi aumentado, até chegar aos 2,3 milhões”, contou Almajid.

 “Era tão simples: nós lhe daremos esse dinheiro para sua federação de futebol, você nos dá seu voto e muito obrigado. Um por um, fizemos a mesma coisa com Anouma e Adamu.  Os 2,3 milhões foram oferecidos a cada membro naquela noite em troca de seu voto”.

A história

Ela afirma que a oferta veio em uma reunião das federações africanas de futebol em janeiro de 2010. No entanto, ela ressalta que a oferta proposta foi feita para as federações e não para os indivíduos.

Mas acrescentou: “Ficou muito claro que o dinheiro estava indo para o futebol, nunca foi dito que vai para o seu bolso, preciso enfatizar isso.  Onde o dinheiro foi parar, eu não faço ideia”, concluiu.

Por coincidência, Joseph Blatter, que presidiu a Fifa por 17 anos – inclusive no período em que o Catar recebeu os direitos de sediar o Mundial – disse recentemente ao jornal suíço Tages Anzeiger que “o Catar foi um erro, uma escolha foi ruim”.

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