Esta semana publiquei aqui que a premiação da Conference League, que terminou com a vitória da Roma-ITA sobre o Feyenoord-HOL, era quase três vezes menor do que a da Copa do Brasil.

Mas antes que alguém pense que o futebol brasileiro está à frente da Europa nesse quesito financeiro, quero fazer outras comparações em que levamos uma sonoras goleadas.

Esses dias terminou a Premier League, o disputadíssimo Campeonato Inglês, e ficamos sabendo qual foi a cota de transmissão de TV que coube a cada um dos participantes.

O campeão Manchester City, ganhou um total de 161,3 milhões de libras (algo em torno de R$ 964 milhões). O Liverpool, segundo colocado, 159,8 milhões de libras (R$ 960 milhões).

Para que a gente tenha uma ideia do que isso significa, basta ver que o Corinthians foi o clube que mais recebeu dinheiro da TV Globo no Brasileirão 2021. Foram R$ 18 milhões, referentes aos 15 jogos que a emissora transmitiu do Timão.

Essa grana é 53 vezes menor do que que foi auferida pelo Manchester City na Inglaterra. Alguma surpresa? Não, claro que não. Isso explica, por exemplo, por que os confrontos entre europeus e sul-americanos tornaram-se ultimamente tão desiguais.

O Chelsea, quarto colocado na Premier, faturou 151,6 milhões de libras só com verba de TV (R$ 910 milhões), e enfrentou o Palmeiras no Mundial de Clubes, que levou somente R$ 13,2 milhões da TV Globo. É uma diferença 70 vezes menor.

Vamos então fazer uma última conta aqui para não ficar cansativo. A TV Globo dispõe de um total de R$ 180 milhões para dividir com os 20 clubes da Série A. Com esse montante, a emissora não teria capacidade de pagar sequer 1/3 da última cota do Campeonato Inglês, destinada ao time do Norwich, que foi de R$ 602 milhões.

Quanto a Globo pagou em 2021

Corinthians: 15 jogos (R$ 18 milhões) 

Fluminense: 14 jogos (R$ 16,8 milhões)

Flamengo: 12 jogos (R$ 14,4 milhões)

Palmeiras: 11 jogos (R$ 13,2 milhões)

Atlético-MG: 11 jogos (R$ 13,2 milhões)

São Paulo: 11 jogos (R$ 13,2 milhões)

Athletico-PR: 10 jogos (R$ 12 milhões)

Internacional: 9 jogos (R$ 10,8 milhões)

Grêmio: 9 jogos (R$ 10,8 milhões)

Juventude: 7 jogos (R$ 8,4 milhões)

América-MG: 7 jogos (R$ 8,4 milhões)

Ceará: 7 jogos (R$ 8,4 milhões)

Santos: 6 jogos (R$ 7,2 milhões)

Bahia: 6 jogos (R$ 7,2 milhões)

Sport: 4 jogos (R$ 4,8 milhões)

Fortaleza: 4 jogos (R$ 4,8 milhões)

Atlético-GO: 3 jogos (R$ 3,6 milhões)

Chapecoense: 3 jogos (R$ 3,6 milhões)

Cuiabá: 2 jogos (R$ 2,4 milhões)

RB Bragantino: 2 jogos (R$ 2,4 milhões)

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