Copa 2030: site dos EUA diz que Messi “vendeu-se ao diabo”
Um bilionário acordo de Messi com os árabes pode prejudicar a candidatura conjunta de Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina
atualizado
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O site The Athletic, um dos mais influentes dos EUA, publicou uma matéria sobre a disputa pela Copa do Mundo de 2030, que já tem uma candidatura conjunta de quatro países da América do Sul: Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina.
E, sob um título bastante forte, o veículo norte-americano decreta: “Vendeu-se ao diabo – Messi, 2030 e um negócio muito incomodo com a Arábia Saudita”.
A candidatura conjunta sul-americana foi divulgada pela primeira vez em 2017, quando os então companheiros de Barcelona Luis Suárez (Uruguai) e Lionel Messi (Argentina) se uniram para promover seus países. Antes de uma partida entre as duas nações, Suárez vestiu uma camisa do Uruguai com o número 20 em sua camisa e Messi vestiu a Argentina com o número 30.
“Uma candidatura sul-americana para 2030 é muito forte”, disse seu coordenador, Fernando Marin, ao The Athletic. “A região é geradora de talentos que se expressam em todo o mundo. Além disso, no 100º aniversário da primeira Copa do Mundo no Uruguai em 1930, seria um local adequado.”
Um novo cenário
Em maio passado, no entanto, um novo cenário surgiu quando Messi – indiscutivelmente o maior e mais famoso jogador de futebol do planeta – assinou um acordo lucrativo para promover a candidatura da Arábia Saudita para a Copa de 2030.
O The Athletic ressalta que, à primeira vista, o acordo de Messi é para promover o turismo naquele país, e não há qualquer ligação com uma possível candidatura para a Copa do Mundo.
No entanto, o objetivo da Arábia Saudita está vinculado à “Visão 2030”. Isso é o que pretende o governo árabe, que investe em um projeto único de reforma econômica e social transformadora que está abrindo a Arábia Saudita para o mundo.
Na avaliação do The Athletic, uma candidatura para a Copa do Mundo de 2030, portanto, parece fortemente ligada à visão geral e a promoção do turismo contribui muito para essa causa.
Dennis Horak, o embaixador canadense na Arábia entre 2015 e 2018, explicou ao site dos EUA: “Toda a abertura da esfera do entretenimento e esportes é uma grande parte da Visão 2030. A reputação da Arábia Saudita precisa ser aprimorada globalmente e trata-se de tentar renomear o país”.
Não se tem noticia formalmente sobre os valores do contrato de Messi para atuar como garoto propaganda. Entretanto, o Daily Telegraph noticiou anteriormente que Cristiano Ronaldo rejeitou uma oferta de mais de 5 milhões de libras (R$ 30 milhões, aproximadamente) por ano para promover o turismo saudita.
No entanto, segundo o The Athletic, várias fontes familiarizadas com o funcionamento das funções de embaixador na região do Golfo sugeriram que o acordo de Messi pode valer até cinco vezes mais do que a taxa anual aparentemente oferecida a Ronaldo.
E é aí que está o dilema de Messi, que, num primeiro momento, mostrou-se engajado com a candidatura sul-americana, mas – após esses entendimentos com os árabes – pode ser obrigado a trabalhar contra o seu próprio país.
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